Buscas no Parlamento visam gabinete de ex-deputado do Chega Miguel Arruda
As buscas decorreram esta segunda-feira no âmbito da investigação ao caso do furto de malas pelo agora ex-deputado do Chega, Miguel Arruda.
As buscas decorreram durante cerca de 40 minutos e foram acompanhadas pelo deputado Rui Paulo Sousa no gabinete do ex-deputado do Chega, agora deputado não inscrito. Miguel Arruda partilhava o gabinete com o deputado Daniel Teixeira.
O ex-deputado do Chega, eleito pelo círculo dos Açores, foi constituído arguido depois do Ministério Público, com a Divisão de Investigação Criminal da PSP, ter reunido elementos de prova que apontam para Miguel Arruda.
Durante vários meses, o deputado terá levado malas que não lhe pertenciam dos tapetes rolantes nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada.
Nas buscas efectuadas a semana passada na casa de Miguel Arruda foram encontradas 19 malas.
O gabinete de Miguel Arruda era partilhado com outro deputado do Chega, Daniel Teixeira, que até já tinha mencionado um número excessivo de malas existente na sala. No entanto, o deputado entretanto expulso da bancada justificava-se com as viagens regulares aos Açores.
Rui Paulo Sousa defendeu que a única "decisão viável" na sequência deste caso era a expulsão do partido e considerou que o agora deputado independente deveria renunciar ao mandato.
Assinalou ainda que o grupo parlamentar do Chega "não se sente confortável que o deputado se sente no mesmo sítio" caso regresse à Assembleia da República.
Reconheceu, em entrevista à RTP, o "absurdo" do caso e admite que ninguém no partido imaginou que tal pudesse acontecer.
Questionado sobre os possívevis impactos deste caso para o Chega, Rui Paulo Sousa sublinhou que há outras bancadas de partidos em que outros deputados são acusados de "crimes bem mais graves do que roubar umas malas no aeroporto", mas que não atingiram uma dimensão tão "extraordinária" a nível mediático.