BPN Pousa Flores. Arlindo de Carvalho, Oliveira Costa e José Neto condenados
O antigo ministro Arlindo de Carvalho e o ex-banqueiro Oliveira Costa foram esta segunda-feira condenados a penas de prisão num processo ligado ao caso do Banco Português de Negócios. Ricardo Oliveira foi absolvido. Dos oito arguidos singulares do processo, sete foram condenados a penas de prisão por burla e fraude fiscal.
Nas alegações finais, em outubro do ano passado, o Ministério Público pedira penas de prisão efetiva para Arlindo de Carvalho, antigo ministro da Saúde, Oliveira Costa e os demais arguidos no processo.
O procurador João Paulo Rodrigues dava então como provada a totalidade dos factos no despacho de pronúncia. Entendia também não ter perscrito o crime de fraude fiscal qualificada a envolver Arlindo de Carvalho e José Neto, sócio do antigo ministro na imobiliária Amplimóveis.
A partir de 2000, ainda segundo o Ministério Público, Oliveira Costa, o ex-administrador do Francisco Sanches e Luís Caprichoso decidiram alargar os negócios do grupo BPN a setores não financeiros, designadamente imobiliário, turismo e novas tecnologias, como forma de escapar à supervisão do Banco de Portugal.
A acusação deu como provado que os administradores usaram “terceiros de confiança” para agirem como “fiduciários” em projetos de investimento que, de facto, pertenciam e eram comandados pelo grupo que detinha o BPN.
O Ministério Público concluiu ainda que Arlindo de Carvalho e José Neto receberam indevidamente cerca de 80 milhões de euros do BPN e do Banco Insular de Cabo Verde enquanto homens de confiança em negócios liderados por Oliveira Costa e outros dirigentes da Sociedade Lusa de Negócios.