Bernardino Soares manifesta "total apoio" às buscas realizadas pela PJ em Loures

por Lusa
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O presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, manifestou hoje "total apoio" às investigações levadas a cabo pela Polícia Judiciária (PJ) no município, afirmando que se houver atos de corrupção os responsáveis devem ser "devidamente responsabilizados".

Esta manhã, num comunicado, a PJ deu conta de que foram detidas 12 pessoas, por suspeita dos crimes de corrupção passiva e de corrupção ativa, durante a operação "Embargo final", realizada através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção.

Mais tarde, em declarações à agência Lusa, fonte da PJ referiu que foram detidos oito fiscais, dois empreiteiros, um arquiteto e um empresário ligado a uma obra particular, tendo as buscas incidido nas instalações da Polícia Municipal de Loures.

Questionado pela Lusa sobre as buscas, Bernardino Soares (eleito pela CDU) manifestou "toda a disponibilidade para prestar o apoio necessário às autoridades".

"Pela nossa parte estamos a dar todo o apoio necessário e também nos regozijamos com esta ação. Nós estamos muito empenhados no combate à corrupção, e se há elementos nesse sentido devem ser averiguados e as pessoas devem ser devidamente responsabilizadas", afirmou o autarca.

Bernardino Soares adiantou que o próprio município já tinha "há uns meses" enviado documentos para o Ministério Público a dar conta de eventuais irregularidades na fiscalização municipal.

"A determinada altura, não sei se tem a ver com esta investigação ou não, a estrutura da Câmara enviou também documentos para o Ministério Público para eventual investigação, porque consideramos que poderia justificar a análise por parte das autoridades", explicou.

Segundo a fonte da PJ que falou à Lusa, em causa estão situações relacionadas com vistorias e licenciamento de obras de construção civil no concelho de Loures, no distrito de Lisboa, em troca de contrapartidas financeiras.

"A investigação começou em maio de 2020, mas foram identificadas dezenas de situações. Há processos mais antigos, referentes a 2017, que dizem respeito à atuação dos fiscais", referiu a mesma fonte.

Durante a operação "Embargo final", realizada no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público (Departamento de Investigação e Ação Penal de Loures), foram realizadas 18 buscas domiciliárias e 32 buscas não domiciliárias.

"Foram feitas buscas nas instalações da Polícia Municipal de Loures - não nas instalações do município -, residências dos detidos e algumas pessoas, locais de trabalho dos detidos, empresas e viaturas. Foram apreendidas quantias em dinheiro que tinham na sua posse, dentro de envelopes, com valores variáveis", disse a fonte policial.

Os detidos têm entre 44 e 64 anos e nas buscas participaram 84 efetivos da polícia.

Os 12 detidos serão presentes na quinta-feira a tribunal.

 

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