Beleza diz "não" ao aborto só por vontade das mulheres no You Tube

por Agência LUSA

A social-democrata Leonor Beleza dá a cara num vídeo colocado no You Tube e no "site" de Marcelo Rebelo de Sousa www.assimnao.org pelo "não" à despenalização do aborto "unicamente em função da vontade" das mulheres.

No vídeo de cerca de cinco minutos disponível na pagina de partilha de imagens www.youtube.com, Leonor Beleza declara-se pelo "não" por preferir "uma s olução em que determinadas circunstâncias" possam "justificar" ou "tornar compre ensível" o aborto.

A ex-ministra da Saúde admite uma mudança da lei para que "essas circun stâncias sejam modificadas ou até que se deixe às mulheres em sua consciência di zer que estão perante essas circunstâncias" e conclui qual será sua posição no r eferendo.

"Unicamente em função da vontade, para mim, assim não", afirma a presid ente da Fundação Champalimaud.

"Julgo que há que ser sensível e sensato na maneira como estas coisas s ão conduzidas" e "o valor da vida não pode passar completamente à margem e simpl esmente ser esquecido em função de uma vontade que não decorra de circunstâncias que justifiquem o confronto de valores", argumenta.

"Para mim a solução não é desproteger completamente a vida em resultado de uma decisão tomada sem que seja preciso que estejam presentes circunstâncias que façam com que haja interesses em conflito que possam ser avaliados", reforç a a ex-deputada do PSD.

No vídeo intitulado "As conclusões do último referendo", gravado com a frase "Assim não" como fundo, Beleza considera que "aparentemente não se passou nada desde 1998" em termos de aumento do "planeamento familiar" e diz sentir "pe ssoalmente alguma frustração por isso", por ter proposto medidas nesse sentido.

Muitos defensores do "não", prossegue Leonor Beleza, "não estiveram mui to disponíveis, com algumas honradíssimas excepções, para fazer de facto aquilo que era preciso para que as pessoas pudessem de forma harmoniosa controlar a sua fertilidade e tomar decisões em relação a ter filhos ou não os ter".

Na exposição da sua oposição à despenalização do aborto realizado por o pção da mulher nas primeiras dez semanas em estabelecimento legal de saúde, Bele za considera que, ao contrário do que muitos alegam, nem sempre as mulheres proc edem "da melhor maneira" como "mães futuras ou como mães presentes".

"As mulheres muitas vezes violam valores e todos temos tido conheciment o de situações em que as mães não tratam os filhos de acordo com aqueles princíp ios que às vezes idilicamente invocamos, inclusivamente quando falamos nas situa ções em que as mulheres podem ou não recorrer a um aborto", sustenta a social-de mocrata.

"Tenho pena de que, nove anos depois, a pergunta seja repetida e quase nos mesmos termos, como tenho pena de que tenhamos aprendido pouco em termos de não extremar posições e de tentar encontrar soluções de uma maneira porventura m enos agressiva de parte a parte", acrescenta ainda a presidente da Fundação Cham palimaud.

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