O Bloco de Esquerda não gostou da forma como Tiago Brandão Rodrigues saiu das negociações com sindicatos de professores. “O Governo decidiu fazer chantagem", diz Joana Mortágua.
O Bloco de Esquerda pede explicações urgentes do ministro da Educação no Parlamento. "O Governo decidiu fazer chantagem. Chantagem não é negociação, é chantagem", considera Joana Mortágua.
A deputada do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, argumentou que “a forma
como o ministro saiu das negociações é lamentável e inaceitável”, em
declarações à TSF.
A bloquista diz que a atitude do ministro "não corresponde à palavra dada pelo Governo, nem às expetativas dos professores".
"Há uma lei do Orçamento do Estado que diz que o Governo tem de negociar
com os sindicatos o tempo e o modo da recuperação do tempo de serviço",
lembra Mortágua na TSF.
"Não estamos a falar de uma impossibilidade orçamental; é uma teimosia do Governo, que entrou numa negociação com uma proposta inaceitável, com base em chantagem e agora quer culpar e castigar todos os professores pelo facto de não querer negociar com o sindicato uma recuperação faseada mas integral do tempo de serviço dos professores".
“A partir do momento em que as organizações sindicais não avançaram e não deram nenhum passo depois de o Governo ter dado um passo, não existem condições, neste momento, para se proceder a um acordo e irmos para a negociação formal”, atirou o governante.
"O Governo quer castigar milhares de professores por causa de um braço-de-ferro com os sindicatos no qual não tem razão porque a posição do Sr. Ministro contraria a Assembleia da República, contraria a palavra do Governo, a expectativa dos professores e contraria a ideia de que quem trabalhou uma década na escola pública não pode ver o seu tempo de serviço apagado como se não tivesse lá estado", reforçou a deputada do BE, em declarações à agência Lusa.
O Bloco de Esquerda exige que o tempo de serviço dos professores durante o congelamento das carreiras seja contabilizado integralmente.
A posição do ministro significa que os professores não vão ver contabilizados para efeitos de progressão na carreira os nove anos, quatro meses e dois dias que reclamam desde o início das negociações. O Governo retira de cima da mesa a proposta para contabilizar cerca de dois anos e nove meses.
Num contacto posterior à reunião com a tutela, a Fenprof chegou a acordo com outras estruturas sindicais, desde logo com a Federação Nacional da Educação (FNE), para concretizar o pré-aviso de greve às avaliações, já a partir de 18 de junho. E terá havido consenso quanto à possibilidade de uma paralisação que atinja os exames nacionais e o que resta do corrente ano letivo.