Lisboa, 20 Nov (Lusa) - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, elogiou hoje a comunidade portuguesa residente na Venezuela pela sua dedicação ao ramo alimentar, alegando que representam "trabalho" e "alegria", porque "barriga cheia é coração contente".
Hugo Chávez falava à chegada a São Bento, depois de ter sido recebido pelo chefe do Governo português, José Sócrates, à entrada da residência oficial do primeiro-ministro.
Nas breves declarações políticas feitas antes do jantar, Hugo Chávez falou a seguir a José Sócrates.
Logo nas suas primeiras palavras Hugo Chávez revelou o seu estilo informal, provocando risos entre os diplomatas dos dois países, ao fazer uma pergunta directa ao primeiro-ministro português:
"Quanto tempo falaste tu? Cinco minutos?", questionou o chefe de Estado venezuelano, dando assim a entender que não queria quebrar o protocolo, falando mais do que o anfitrião, o chefe do Governo português.
Além de cumprimentar José Sócrates, o presidente venezuelano deixou também uma saudação especial a "Mário" [Soares], que também esteve presente no jantar de São Bento.
Depois, como Sócrates tinha abordado na sua anterior intervenção questões relacionadas com a comunidade portuguesa, o chefe de Estado Venezuelano referiu-se também ao tema.
Chávez vincou então que os cidadãos lusos são vistos com "afecto" pela generalidade dos cidadãos venezuelanos, sobretudo por estarem ligados a serviços como "as padarias, os talhos, as mercearias e os restaurantes".
"Especializaram-se em algo que dá alegria, porque barriga cheia é coração contente. Tu sabes Sócrates, os portugueses constituem uma comunidade de trabalho e de muito afecto", disse.
Chávez considerou ainda os portugueses "parecidos com os venezuelanos, porque falam bastante, são de riso fácil, dão o coração e são de afecto sincero".
Neste contexto, o chefe de Estado venezuelano deixou garantias de que o seu Governo trabalhará para assegurar "tranquilidade" e "segurança" à comunidade portuguesa residente no seu país.
"Vamos dar atenção a esses problemas", acrescentou.
Segundo Chávez, as relações políticas e comerciais entre os dois países "estão actualmente muito abaixo dessa união e amizade entre os povos português e venezuelano".
"Chegou o momento de começarmos a trabalhar juntos nas áreas económica, comercial, social e energética, para assim sermos coerentes com o nosso passado comum", frisou.
PMF.