Cumprem-se esta terça-feira 20 anos desde que começou o enchimento da barragem do Alqueva, o maior investimento público alguma vez feito em Portugal. Foram já investidos 2.427 milhões de euros, produz energia, reforçou o abastecimento de água a 200 mil habitantes, rega 130 mil hectares e vai expandir-se para beneficiar mais 20 mil. Projeto polémico desde o início, que colocou debaixo de água uma aldeia, a barragem do Alqueva atingiu pela primeira vez a quota máxima em janeiro de 2010. É o maior lago artificial da Europa.
As obras preliminares e a comissão do Alqueva datam de 1976. Em 1978, as obras são interrompidas e seguem-se ciclos de avanços e recuos do projeto. Em 1996, o Governo assume "avançar inequivocamente" com o projeto com ou sem financiamento comunitário e é feita a adjudicação da empreitada principal de construção da barragem e da central de Alqueva. Em 97, é consolidado o envolvimento da Comunidade Europeia e das verbas comunitárias. O dia 8 de fevereiro de 2002 fica para a História do Alentejo. António Guterres, então primeiro-ministro, dava a ordem para que começasse o enchimento da albufeira.
Em 2016, a EDIA conclui, nove anos antes da data inicialmente prevista (2025), construção de todas as infraestruturas para regar os 120 mil hectares da primeira fase do projeto. A albufeira do Roxo recebe pela primeira vez água do Alqueva para garantir rega e abastecimento público aos concelhos de Beja e Aljustrel.
Em 2017, o Conselho de Ministros decide "formalmente" avançar com segunda fase do projeto para ampliar o regadio em cerca de 50 mil hectares. Alqueva integra Plano Nacional de Regadios para ampliação do regadio. As obras iniciam-se em 2019.
Em 2021, termina a construção dos primeiros três blocos de rega da segunda fase do projeto para beneficiar mais cerca de 10 mil hectares. Trata-se dos blocos de Évora, Viana do Alentejo e Cuba/Odivelas, que estão em condições de começar a funcionar na campanha de rega de 2022.