Barca típica vai atravessar o atlântico seguindo a rota de Cabral

por Agência LUSA

Uma barca típica de Sesimbra com quatro tripulantes a bordo parte domingo daquela vila piscatória para Porto Seguro, no Brasil, seguindo a mesma rota traçada há mais de 500 anos pelo navegador português Pedro Álvares Cabral.

A iniciativa partiu do piloto-aviador Alexandre Holstein e tem como objectivo homenagear os mareantes portugueses.

O piloto juntou um grupo de quatro elementos para fazer a travessia do Atlântico numa barca típica de Sesimbra, uma embarcação semelhante às que eram utilizadas pelos marinheiros portugueses na época dos descobrimentos.

A partida para o Brasil estava inicialmente prevista para 12 de Outubro, mas, devido ao mau tempo provocado pelo furacão Vince e a um atraso na reparação do motor de apoio da embarcação, foi adiada para o próximo domingo, pelas 13:30.

Alexandre Holstein escolheu como companheiros de viagem os produtores de cinema Nuno Pinheiro de Melo e João Bustorff e o marinheiro Ricardo Couto, todos com experiência de mar.

"A travessia do Atlântico é a realização de um sonho de criança, mas também uma oportunidade para homenagear as profissões ligadas ao mar, lembrar a tradição marítima às gerações mais novas e para unir os dois povos irmãos", disse à Lusa Alexandre Holstein.

"Vamos navegar à vela durante toda a viagem e só deveremos utilizar o motor auxiliar para entradas e saídas nos portos", acrescentou o promotor da viagem, que é também o proprietário da barca.

Com o nome de baptismo de "Nossa Senhora da Aparecida", padroeira do Brasil, a barca de Sesimbra vai fazer escalas técnicas em Tenerife (Espanha), São Vicente (Cabo Verde), e Fernando de Noronha (Brasil), prevendo-se que a viagem demore cerca de 50 dias.

A embarcação, que tem 11 metros de comprimento, foi adquirida há cerca de dois anos pela família Holstein e restaurada pelo mestre Acácio Farinha e pelo filho, no estaleiro naval mais antigo da vila de Sesimbra.

Descendente das antigas caravelas de pesca dos séculos XIII e XIV, que também deram origem às caravelas dos descobrimentos, a barca de Sesimbra tem entre 09 e 12 metros de comprimento e é considerada suficientemente segura para atravessar o oceano atlântico.

A viagem ao Brasil já obteve o reconhecimento e o apoio da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), que lhe atribuiu o estatuto de "embaixada itinerante", bem como das câmaras Municipais de Setúbal e Sesimbra, Clube Naval Sesimbrense e de diversas empresas patrocinadoras, como a Siemens e a Trade Corp International, do Grupo Sapec.

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