Lisboa, 20 Jun (Lusa) - O Plano de intervenções para a frente ribeirinha de Lisboa que será apresentado sábado à imprensa propõe o desnivelamento da Avenida Brasília e o prolongamento para sul da Alameda dos Oceanos, no Parque das Nações.
A proposta, a que a Lusa teve acesso e que será debatida na próxima semana em reunião de câmara, prevê também a criação de um sistema de transportes públicos em toda a frente ribeirinha em eléctrico ou trolley em terra e o fluvial.
Propõe igualmente que se estude a possibilidade de ligar Cascais a Lisboa via marítima ou Vila franca de Xira a Lisboa em percursos diários.
Este plano de intervenções apresenta uma visão mais global de toda a zona ribeirinha de Lisboa, integrando igualmente projectos já previstos nas intervenções a levar a cabo pela Sociedade Frente Tejo (Ajuda/Belém e frente da Baixa) e pelo Governo (terminal de contentores de Alcântara).
Ainda da área da mobilidade, o plano prevê também um novo eixo que ligue a Auto-estrada do Norte/Avenida Cidade do Porto/Avenida Santo Contestável (Central de Chelas) ao Barreiro através da Terceira Travessia sobre o Tejo, que junto com o actual Eixo Norte/Sul, que liga a Ponte 25 Abril à Auto-estrada de Loures, constituem os dois preferenciais eixos para distribuir o tráfego para o centro da cidade.
Além da ligação da Nova Ponte à Avenida Santo Contestável, bem como a ligação em túnel à Avenida Cidade do Porto, o plano defende o desnivelamento da ligação à Avenida Infante D. Henrique, a ligação da rotunda das Olaias à Terceira Travessia sobre o Tejo.
Prevê igualmente reformular o esquema de circulação da rua Duque de Loulé/Túnel do Marquês com a criação de vias de sentido único e o aproveitamento do Túnel do Marquês para ligação à Avenida de Ceuta e Alcântara.
"A estratégia é transferir grande parte do trânsito que hoje utiliza a marginal ribeirinha para Norte, reduzindo progressivamente o trânsito Nascente/Poente à medida que nos aproximamos do terreiro do Paço", lê-se no documento, a que a Lusa teve acesso.
O plano recupera o projecto da autarquia datado de 1988 para rebaixar em Belém a linha de Cascais, alterando a escolha da via a desnivelar.
Enquanto o projecto inicial previa o desnivelamento rodoviário da Avenida da Índia, agora é proposto o desnivelamento da via mais próxima do rio - a Avenida Brasília -, entre a Fundação Champalimaud e o futuro Museu dos Coches.
A autarquia justifica esta alteração com o aumento da carga movimentada no terminal de contentores de Alcântara e a circulação de veículos pesados que preferencialmente é efectuada nesta via, pela ligação directa à CRIL em Algés.
A avenida da Índia fica desta forma transformada numa "alameda de distribuição [de trânsito], com desenho mais urbano e velocidade de circulação adequada".
Segundo a proposta, a que a agência Lusa teve acesso, a vala formada pela Avenida Brasília seria coberta nalguns troços por laje, para facilitar a ligação com o rio e reduzir os impactos ao nível da segurança, ruído e poluição do ar.
Prevê igualmente deslocar a faixa dos transportes públicos em Alcântara mais para Norte, junto ao edificado, e novas ligações rodoviárias da cidade à margem do rio tanto em Alcântara como na Avenida D. Carlos I.
Na zona da Expo, o plano prevê o prolongamento da Alameda dos Oceanos, através da Matinha, até à Praça 25 de Abril, desviando o trânsito da rua de Cintura do Porto de Lisboa, "permitindo assim a sua pedonalização".