Autoridades alertam que problemas no sistema de correio podem atrapalhar votação
O sistema de entrega de correspondência norte-americano regista problemas que ameaçam afetar as eleições presidenciais de novembro, alertaram hoje as autoridades eleitorais, frisando que estas deficiências persistentes não foram corrigidas pelo chefe do Serviço Postal.
Numa carta de alerta, as autoridades disseram que ao longo do ano passado, incluindo a temporada eleitoral primária recém-concluída, boletins de voto enviados pelo correio dentro do prazo só foram recebidao pelos escritórios eleitorais locais vários dias após o prazo para serem contabilizados.
Notaram também que correspondência eleitoral devidamente endereçada estava a ser devolvida e classificada como não entregue, um problema que poderia automaticamente deixar muitos eleitores com o estatuto de inativo sem culpa própria, potencialmente criando um cenário de caos quando esses eleitores comparecessem para votar.
Os funcionários também disseram que repetidos contactos com o Serviço Postal para resolver os problemas falharam e que a natureza generalizada dos problemas deixou claro que estes "não eram erros pontuais ou um problema com instalações específicas".
"Em vez disso, demonstra uma falta generalizada de compreensão e aplicação das políticas do Serviço Postal dos Estados Unidos entre os seus funcionários", frisa a missiva.
A carta, dirigida ao diretor geral dos Correios dos Estados Unidos, Louis DeJoy, partiu de dois grupos que representam os principais administradores eleitorais em todos os 50 estados do país.
"Não vimos melhorias ou esforços conjuntos para remediar as nossas preocupações", reforçaram.
"Imploramos que tome medidas corretivas imediatas e tangíveis para resolver os problemas de desempenho contínuos com o serviço de correio eleitoral", acrescentaram, frisando que não avançar com essas melhorias pode "limitar a participação dos eleitores e a confiança no processo eleitoral".
A carta foi publicada menos de duas semanas após DeJoy ter dito numa entrevista que o Serviço Postal estava pronto para lidar com uma avalanche de boletins de voto pelo correio esperada como parte da eleição presidencial de novembro, num momento em que o ex-presidente Donald Trump continua a semear dúvidas sobre as eleições norte-americanas ao alegar falsamente que venceu em 2020.
Naquele ano, em plena pandemia global, autoridades eleitorais relataram o envio de mais de 69 milhões de cédulas pelo correio, um aumento substancial em relação à temporada eleitoral anterior.
Embora seja provável que esse número seja menor agora, muitos eleitores adotaram o voto pelo correio e passaram a confiar nele.