A Autoridade da Concorrência recomendou ao Governo que crie legislação no sentido de obrigar os operadores de telemóveis a disponibilizar simuladores de tarifários para que os consumidores possam comparar preços e escolher o mais conveniente.
A recomendação surge na sequência de uma notícia que dava conta de que 90 por cento dos subscritores dos serviços de telemóveis não utilizam o tarifário mais adequado ao seu perfil, desperdiçando, em média, 100 euros por ano cada um.
Mesmo sem mudar de operador, mas escolhendo o tarifário mais adequado, os consumidores poderiam poupar mais de 700 milhões de euros por ano, refere a nota da Autoridade da Concorrência hoje divulgada através do Instituto do Consumidor.
A Autoridade da Concorrência sugere, por isso, que sejam tomadas medidas legislativas que obriguem os operadores a disponibilizarem, nos seus "sites" e nos agentes que comercializam os seus serviços, simuladores de custo mínimo que indiquem, para o perfil de consumo utilizado, o preço mais baixo oferecido por cada operador do serviço de comunicações móveis.
Segundo a Autoridade, "a oferta de tarifários de comunicações móveis é muito heterogénea" e complexa, dificultando a comparação e a escolha.
Além disso, "o Instituto do Consumidor refere que os tarifários dos operadores móveis têm sido alvo de reclamações, realizada principalmente pelos concorrentes, no tocante a alegadas práticas de publicidade enganosa".
A Autoridade da Concorrência considera ainda que existe "espaço potencial para a redução de preços ao consumidor" e entende que melhorar a transparência das tarifas é "um meio adequado de promover a concorrência entre os operadores".
