Aumentam casos de recém-nascidos retidos em hospitais por famílias não terem casa para os levar

por Rosa Azevedo - Antena 1

Foto: António Antunes - RTP

É um novo efeito da crise na habitação. Estão a aumentar os casos de bebés recém-nascidos que ficam retidos nos hospitais, pelo facto de as famílias não terem uma casa para onde os levar.

Só na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, o número destes internamentos sociais quadriplicou no espaço de 2 anos.

Os hospitais estão a receber cada vez mais grávidas em situação de sem abrigo.

Muitos dos casos estão relacionados com os preços elevados no mercado de arrendamento em Portugal.

O Estado português é responsável pela separação de famílias, devido à falta de habitação. A acusação é feita pelo porta-voz do Movimento porta-a-porta, perante o aumento significativo do número de bebés, recém-nascidos, que ficam retidos nos hospitais devido ao facto de as mães não terem capacidade para suportar os custos de uma casa.

André Escoval, ouvido esta manhã pela Antena 1, pede medidas urgentes para apoiar estas famílias, que mesmo com um emprego, não conseguem pagar uma habitação.

Também ouvida na Antena 1, Júlia Cardoso, antiga presidente da associação de profissionais de serviço social, refere que a separação das famílias e a colocação de menores em instituições devido à falta de habitação, é uma situação que deve ser evitada a todo o custo.

No ano passado, 28 recém-nascidos ficaram retidos na Maternidade Alfredo da Costa. Não puderam sair da unidade, por razões sociais e não clínicas. Este número é quatro vezes superior ao registado em 2022.

PUB