A associação Novamente, de apoio às vítimas de traumatismos crânio encefálicos (TCE) e às suas famílias, lançou uma petição pública para tornar obrigatório o uso de capacetes em trotinetes, indicou hoje a organização num comunicado.
Assinalando que os acidentes com trotinetes elétricas são "um sério problema de saúde pública" e que "uma queda a 20Km/h sem capacete pode provocar lesões cerebrais graves e a morte", a Novamente quer apresentar o requerimento à Assembleia da República para que esta regulamente aquela obrigatoriedade.
"Onde andas com a cabeça? Num acidente, só o capacete pode evitar o traumatismo" é a mensagem inscrita num cartaz de divulgação da petição, sob uma imagem de uma queda.
Segundo dados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em 2022 registaram-se 1.691 acidentes de trotinete, o que representa um aumento de 78% em relação ao ano anterior e uma média de 141 acidentes mensais.
"O número de vítimas graves destes acidentes também aumentou, nomeadamente (...) vítimas que apresentam lesões crânio encefálicas e as que necessitam de cuidados intensivos", refere o comunicado.
A associação sem fins lucrativos criada por pais, médicos e amigos de traumatizados crânio-encefálicos considera que as trotinetes têm "inquestionáveis vantagens para o meio ambiente" e são "muito práticas" para quem vive nas cidades, mas nota que "na sua utilização muitas vezes são negligenciadas as normas de segurança" e chama a atenção para "as consequências económico-sociais", quer para as famílias, quer para a sociedade daquelas lesões.
Segundo a associação, a petição já foi assinada por quase 550 pessoas, entre as quais Óscar Gaspar, ex-secretário de Estado da Saúde e presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP)), Rui Pego (radialista), Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), as jornalistas Margarida Pinto Correia, Sónia Morais Santos e Mafalda Anjos, a apresentadora de televisão Júlia Pinheiro, bem como os apresentadores e atores Diana Chaves, João Paulo Sousa e Miguel Costa.
"O que se pede com esta petição é muito simples: a proteção do que mais precioso e mais sensível temos no nosso organismo: o cérebro", indica a Novamente, que espera que mais signatários "se venham a juntar à causa".