Assaltantes levam multibanco do Tribunal de Almada

por RTP
Os assaltantes rebentaram a porta de vidro do tribunal, com 2,5 metros de altura RTP

O tribunal de Almada foi assaltado esta madrugada. Um grupo de assaltantes rebentou a porta de acesso e levou uma caixa Multibanco que estava colocada no interior. O Ministério da Justiça já decidiu que os principais tribunais vão voltar a ter vigilância ininterruptamente e o Ministério da Administração Interna prometeu sistemas de segurança já no início do ano judicial.

“O ministério (da Jutiça) está já a abrir os procedimentos necessários para que a vigilância 24 horas por dia volte a ser uma realidade nestes tribunais”, disse fonte da tutela, que atribuiu a suspensão dos serviços de vigilância provada entre as 00h00 e as 8h00 à ministra Celeste Cardona.

O Sindicato dos Funcionários Judiciais sublinha que a falta de segurança nos tribunais não é um problema recente, apontando para a inexistência de um sistema de vídeovigilância, de elementos da segurança física (seguranças privados ou militares da GNR ou PSP), falta de detectores de metais.

“O que se passa em termos de segurança nos tribunais é que não existe segurança”, concluiu Fernando Jorge. O presidente do Sindicado de Funcionários Judiciais sugere que devem ser garantidos os mesmos meios de segurança e controlo que existem nos ministérios.

“No fundo, aquilo que se pede que se faça nos tribunais é aquilo que o Governo normalmente faz nos ministérios: ter um sistema de segurança à entrada com detector de metais, seguranças privados ou das forças de segurança e um controle de entradas e saídas dos tribunais”, disse Fernando Jorge.

Também o ministro da Administração Interna veio prometer equipamentos de videovigilância e a ligação das instalações judiciais a centrais de alarme. “São recursos necessários para aumentar, no plano preventivo, a segurança dos tribunais”, disse Rui Pereira. O ministro explicou que os secretários de Estado da Administração Interna e Adjunto da Justiça estão a preparar reforço da segurança nas instalações judiciais.

Autoridades investigam grupo com forma semelhante de operacionalidade

Uma testemunha, que por razões de segurança quis manter o anonimato, relatou à polícia que o assalto aconteceu pelas 4h00. Seis homens, encapuzados, “chegaram em dois carros desportivos e com movimentos muito rápidos, rebentaram a porta de entrada do tribunal”.

“Um dos carros encostou à entrada, enquanto os outros assaltantes já dentro do edifício arrastaram a caixa para o interior do carro” e um homem ficou de vigia. Os assaltantes terão arrastado a máquina ATM até à estrada. No entanto, ao fechar a porta de trás, “como a caixa era grande, o vidro da porta traseira partiu”. A testemunha conta ainda que “um dos assaltantes jogou a meia de senhora (com a qual cobria a cara) para o chão”, no momento em que entrou para a viatura.

Além da meia de senhora, ficaram no chão rolos de papel e bocados da máquina Multibanco. A Polícia Judiciária, a quem foi entregue o caso, recolheu vestígios nas instalações do tribunal inauguradas em Setembro de 2003.

“As autoridades apareceram logo e de forma rápida” e o vigia deu o alerta para a chegada da polícia, tendo logo de seguida partido “os dois carros a toda a velocidade”, acrescentou a testemunha. Uma das viaturas levava a caixa, enquanto outra transportava os assaltantes.

Fonte da investigação referiu que as autoridades averiguam outros assaltos realizados nas proximidades de Almada e com características semelhantes (mesmo número de elementos e igual forma de proceder).

Em Julho, também durante a madrugada, a máquina ATM que se encontrava no átrio do Tribunal de Loures foi levada.
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