Porto, 17 jun (Lusa) - A artista plástica norte-americana Mary Fisher que é apontada como uma das mais reconhecidas ativistas na defesa das pessoas infetadas pelo vírus VIH/Sida e do seu tratamento humano e digno profere na quinta-feira no Porto uma conferência sobre o tema.
No Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), Mary Fisher irá abordar a sua experiência como pessoa que vive com o VIH e sobre os mais de 20 anos de ativismo em defesa das pessoas infetadas com este vírus.
Exemplificando com o seu próprio caso, uma mulher branca, proveniente de uma família rica, a artista plástica pretende fazer chegar a mensagem de que o VIH/SIDA não discrimina e qualquer pessoa pode contrair a doença.
Em 1992, Mary Fisher "protagonizou um dos momentos marcantes da Convenção Nacional do Partido Republicano, ao dirigir-se aos delegados com um emotivo discurso de 13 minutos em que se identificava como portadora do vírus da imunodeficiência humana, vírus que não se importava `se eram democratas ou republicanos, brancos ou negros, homossexuais ou heterossexuais, novo ou velho`", refere o ISPUP.
Esse discurso, conhecido como "A whisper of AIDS", foi incluído numa antologia dos 100 melhores discursos americanos do século XX, ao lado de outras peças marcantes de oratória como o discurso de Martin Luther King, em Washington, "I Have a Dream", ou o "Ich bin ein Berliner", de John F. Kennedy.
Desde então, a artista plástica agora com 65 anos, autora de seis livros e mãe de dois filhos, tem colaborado com várias instituições internacionais (como o programa da Nações Unidas para o VIH/SIDA) e é ainda fundadora do Mary Fisher Clinical AIDS Research and Education (CARE) Fund, na Universidade do Alabama, dedicado a apoiar a investigação científica para o cuidado de pessoas que vivem HIV, especialmente mulheres.
Colabora também com o Abataka African Project, sediado na Zâmbia, que apoia jovens mulheres seropositivas consideradas em risco, na aquisição de competências e educação.