Arcebispo de Braga relativiza lei do protocolo, dizendo que convites já são raros

por Agência LUSA

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, afirmou hoje que a Igreja Católica relativiza as consequências da futura Lei do Protocolo de Estado, porque "nos últimos anos, os convites para cerimónias públicas já eram reduzidos ou quase nulos".

"O importante é sabermos reconhecer e cumprir a nossa missão evangélica . A Igreja aceita o Estado laico, que - à luz do que está consagrado na Concordata - reconhece o papel particular da Igreja na sociedade e na construção da soci edade", salientou o bispo.

O prelado, que é também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, sublinhou que "a Igreja não fica indiferente, mas relativiza, porque se trata d e regras de um protocolo de Estado e é a este que compete fazê-las".

O Arcebispo falava no Bom Jesus, durante um encontro com os jornalistas que serviu para apresentar o trabalho realizado no âmbito do projecto de recuperação do santuário do Bom Jesus do Monte, onde nos últimos três anos foram inves tidos mais de 7,3 milhões de euros.

D. Jorge Ortiga acrescentou que "querendo ser iguais dentro da diferenç a de cada um, os membros da Igreja aceitarão os convites que lhe forem endereçad os".

"Veremos depois se o tratamento se coaduna, não com a dignidade de cada um enquanto pessoa individual, mas com a realidade que representa", avisou.

Questionado sobre a polémica em torno do livro e do filme "Código da Vi nci", D. Jorge disse que não foi a Igreja enquanto instituição, que criticou o f ilme.

"Houve, apenas, manifestações críticas de alguns sectores e nomeadament e bispos estrangeiros - o que se compreende dentro do conceito de liberdade de e xpressão", disse.

O Arcebispo invocou a mensagem de Bento XVI para a Comunicação Social, apelando aos jornalistas para "resistirem à tentação do imediatismo e do sensaci onalismo".

Desafiou os profissionais do sector a "reconhecerem que a ânsia pelo im ediato, superficial e sensacionalista pode prejudicar a verdade".

Em seu entender, "o jornalista deve ser protagonista e promotor da verd ade".

Defendeu que os jornalistas devem apostar antes no objectivo central de "procurar a verdade através do diálogo" e apelou a um espírito aberto para "a formação permanente, a participação de todos e o diálogo com todos".


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