O apoio de Portugal ao esforço militar da Ucrânia foi abordado no primeiro contacto do novo ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, com a sua homóloga portuguesa, Helena Carreiras, de acordo com fontes dos dois países.
Segundo nota da Embaixada da Ucrânia em Portugal, o contacto telefónico entre os dois ministros, na quinta-feira, serviu para "discutir a formação de pessoal técnico e de apoio ucraniano para os F-16, bem como outro tipo de assistência que Portugal presta à Ucrânia para combater a agressão russa".
Os pilotos ucranianos já estão desde outubro a receber formação nos Estados Unidos em caças F-16, cuja chegada à Ucrânia está prevista para o primeiro semestre de 2024.
Além dos Estados Unidos, os pilotos ucranianos estão a receber formação em F-16 de uma coligação de países da NATO liderada por Dinamarca, Países Baixos e Estados Unidos e integrada também por Portugal.
Alguns dos membros da coligação internacional já assumiram o compromisso de entregar estas aeronaves à Força Aérea de Kiev.
Fonte oficial do Ministério da Defesa português confirmou à Lusa o primeiro contacto entre os dois ministros, sublinhando que Portugal se mantém disponível para a formação de técnicos e pilotos para os F-16, em termos ainda a definir.
Segundo dados do Ministério da Defesa, desde o 1.º trimestre de 2022, Portugal já entregou à Ucrânia armamento (espingardas automáticas, acessórios diversos, metralhadoras pesadas), equipamentos de proteção (capacetes, coletes balísticos, óculos de visão noturna), equipamento de comunicações, material médico e sanitário, munições de artilharia, sistemas aéreos não tripulados (6) e geradores para produção de eletricidade.
Foram ainda disponibilizadas viaturas blindadas de transporte de pessoal M113 (total de 28) e respetivo armamento, além de carros de combate Leopard 2A6 (3).
O mais recente apoio, previsto para final do ano, envolve viaturas blindadas de transporte de pessoal M113 (3) e M577 (2) em versão de socorro e apoio médico.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro de 2022 uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez nos últimos quase 22 meses um elevado número de vítimas, não só militares como também civis, impossíveis de contabilizar enquanto o conflito decorrer.
A invasão -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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