A primeira versão da prova, realizada a 16 de março na Faculdade de Direito de Lisboa, acabaria por ser anulada e o exame repetido a 20 de abril, porque, segundo comunicado do MNE na altura, o primeiro exame não "terá assegurado as condições de igualdade entre todos os candidatos".

Em causa esteve, segundo o MNE, o facto de em algumas salas ter sido "autorizada a substituição do enunciado da prova e, em consequência, a correção de respostas rasuradas".

Na véspera do anúncio da anulação do exame, o jornal Público noticiava que a primeira prova do concurso para futuros diplomatas estava a gerar polémica por quase não incluir questões relacionadas com tratados internacionais, História de Portugal, Geografia ou protocolo.

No blogue Estado Sentido, num texto intitulado "As necessidades do Trivial Pursuit" três dos candidatos, questionavam "as opções de resposta algo obscuras", considerando que a prova passou ao lado de "dados históricos" essenciais.

A polémica em torno do exame levou também o ex-embaixador Francisco Seixas da Costa a questionar a eficácia da prova.

"Quem tem a pretensão de vir a representar Portugal pelo mundo deve possuir uma razoável cultura geral, bem para além das temáticas da profissão. Resta saber se é a através de testes americanos, e especificamente dos que foram aplicados, que isso se avalia", escreveu no seu blogue.

Questionado na altura sobre os motivos da anulação da primeira prova, o MNE sublinhou que a repetição esteve "exclusivamente" relacionada com o problema apontado no comunicado e que qualquer outro motivo seria "pura especulação".

Os candidatos aprovados no exame de cultura geral irão agora realizar provas escritas de Português e Inglês, a 18 de maio, nas instalações do Ministério dos Negócios Estrangeiros.