O combate ao incêndio que lavra desde segunda-feira em Vila Pouca de Aguiar vai ser hoje reforçado com 120 operacionais espanhóis, disse o comandante sub-regional do Alto Tâmega da Proteção Civil.
Artur Mota referiu que os 120 operacionais da Unidade Militar de Emergências (UME) espanhola vão ser posicionados onde forem mais necessários, nomeadamente no incêndio que lavra em Sabroso de Aguiar, o único que continua ativo no concelho de Vila Pouca de Aguiar.
O comandante, que falava à agência Lusa pelas 09:00, disse que os operacionais espanhóis já estiveram a operar na quarta-feira no distrito de Viseu e chegaram a Portugal ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
Relativamente a um reforço de meios aéreos, afirmou que "se for preciso e os houver disponíveis vêm para cá".
Esta manhã a situação no concelho, o que foi mais afetado esta semana pelos incêndios no distrito de Vila Real, "está mais calma".
"Temos cerca de 100 a 200 metros em que [o incêndio] ainda está ativo, é uma zona com maus acessos, a máquina de rastos não consegue lá operar e os meios também não conseguem aceder, não conseguem levar a água e, mesmo para se segurarem lá com ferramentas manuais, não é fácil", afirmou Artur Mota, referindo-se à ocorrência de Sabroso de Aguiar.
Este fogo começou na segunda-feira, rodeou casas, a zona industrial e pedreiras, subiu a serra até se aproximar de Vilela da Cabugueira e seguia em direção a Vidago, já no concelho de Chaves, uma frente que foi travada pela atuação de oito aviões pesados que, ao final de tarde de quarta-feira, fizeram 24 descargas de água na zona mais critica.
"É o local que nos oferece mais perigo. Se o resolvermos, à partida o resto vai ser vigilância, mas até à noite ainda vamos ter situações mais complicadas porque se prevê um agravamento da meteorologia, com um aumento da intensidade do vento para o final da tarde", referiu.
No fogo de Sabroso de Aguiar estão mobilizados 98 operacionais, estando a ser posicionados outros homens na zona dos restantes três incêndios que lavraram no concelho desde segunda-feira e que foram dados como estando em resolução na quarta-feira à noite.
Um relatório preliminar indica que os incêndios que deflagraram no concelho de Vila Pouca de Aguiar na segunda-feira queimaram uma área de cerca de 8.000 hectares de floresta, mato e propriedades agrícolas.
Ardeu uma habitação em Zimão, deixando um idoso desalojado, foram também atingidas cinco casas devolutas, vários armazéns agrícolas, um armazém industrial e uma estufa.
Sete pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.