André Ventura acredita que mãe das gémeas "mentiu" e "está a proteger alguém em Portugal ou no Brasil"
André Ventura disse esta segunda-feira ter praticamente a certeza que a mãe das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria com o medicamento mais caro do mundo "mentiu e omitiu gravemente a informação que tinha e está a proteger alguém em Portugal ou no Brasil". O líder do Chega, partido que ordenou a Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso, lançou ainda críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, que disse não ter ouvido as declarações de Daniela Martins no Parlamento.
O presidente do Chega quis esclarecer que “nunca ninguém pôs em causa que um pai ou uma mãe farão tudo o possível para que os seus filhos sejam salvos”.
“Isso, porém, não dá o direito a ninguém de não revelar perante o país que lhes pagou os tratamentos aos filhos a verdade dos factos”, defendeu.
Segundo Ventura, “quem beneficiou de um tratamento de quatro milhões de euros que os contribuintes pagaram entendeu que não devia dizer mais do que generalidades, que não se lembrava e que não se recorda de qualquer e-mail ou contactos”.
Por essa razão, o deputado apelou a todos os outros partidos que deixem de “se preocupar com emoções, com falsas proteções ou com jogos de bastidores” e que passem a preocupar-se que seja dita a verdade por quem vai à comissão de inquérito.
“Cunha que vai até ao coração da Presidência”
Falando numa “cunha que vai até ao coração da Presidência da República”, André Ventura criticou Marcelo Rebelo de Sousa por ter dito que não ouviu a audição da mãe das gémeas na Assembleia da República, na última semana.
“Os principais responsáveis políticos optaram por reações ridículas, ou de proteção. O presidente da República diz que não ouviu a audição da mãe das gémeas. Como o compreendo. Também não ouviria nessas circunstâncias”, declarou em conferência de imprensa.
O presidente do Chega disse ainda ser curioso que, numa comissão de inquérito “que parece aproximar-se das figuras políticas de topo do anterior Governo, mas também da Presidência da República”, se gere “um ataque grosseiro, direto e sem hesitações não à cunha, não ao favorecimento, não aos milhões, mas ao mensageiro que quer apurar a verdade”.
“Em nenhum momento, seja à mãe das gémeas, seja ao filho do presidente da República, seja ao antigo primeiro-ministro, o Chega mudará a sua forma de inquirir ou deixará de lutar com intensidade para que a verdade se apure”, assegurou.