Ana Mendes Godinho: A valorização dos salários é critica do ponto de vista social
Foto: Antena1
Perante o intensificar dos protestos dos trabalhadores, a ministra do Trabalho Solidariedade e Segurança Social reconhece que "estamos num momento em que é evidente que a valorização dos salários é critica do ponto de vista social".
Garante que o governo continuará a implementar medidas suplementares para a valorização do salário e, nesse sentido, anunciou que já em março vai ser lançada uma iniciativa dirigida às empresas que contratem jovens com contratos permanentes e um valor mínimo de 1.320 euros de vencimento. As empresas serão apoiadas pelo Estado no pagamento desse vencimento.
Nesta entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, a ministra revelou que já existem 90 empresas que manifestaram a intenção de integrar o projeto piloto para a introdução da semana dos 4 dias. E, entre os interessados, também há empresas do sector da indústria. As empresas têm agora até dia 15 de fevereiro para formalizar as suas intenções.
Já quanto às despesas com teletrabalho, a ministra assegurou que após a aprovação da Agenda do Trabalho Digno, será publicado o diploma que define o limite das despesas. Relativamente à regulação das plataformas digitais a ministra lembra que na legislação em preparação independentemente do tipo de negócio, o trabalhador tem sempre os mesmos direitos e há uma responsabilidade solidaria de todos os intervenientes na cadeia, incluindo a plataforma, uma solução que Ana Mendes Godinho define como "poderosa" para os trabalhadores: “A chaga da precariedade tem de ser combatida por todos”, diz a ministra.
Nesta entrevista a ministra revelou ainda que, no âmbito do processo de digitalização do ministério, entra em vigor no próximo mês o apoio judiciário na hora para quem precisa de apoio no acesso à justiça.
Entrevista conduzida por Rosário Lira (Antena1) e Catarina Almeida Pereira (Jornal de Negócios).