Alunos do 4.º ano pioraram a Matemática e melhoraram a Ciências

por Lusa

Os alunos do 4.º ano estão com mais dificuldades a Matemática, mas melhoraram a Ciências, segundo um estudo que coloca Portugal acima da média internacional e os rapazes com mais facilidade às duas disciplinas.

Mais de cinco mil alunos portugueses voltaram a participar, no ano passado, no maior estudo internacional que avalia o desempenho dos estudantes do 4.º e 8.º anos de escolaridade a Matemática e Ciências: o TIMMS - Trends in International Mathematics and Science Study.

Os alunos portugueses do 4.º ano participaram assim pela quinta vez no TIMMS e os resultados a Matemática voltaram a piorar, ao contrário das Ciências, que melhoraram ligeiramente em relação aos resultados obtidos em 2019.

Numa comparação internacional e ordenando os 58 países e economias participantes, Portugal surge em 26.º lugar a Matemática e 29.º a Ciências, segundo os resultados hoje divulgados, que voltam a colocar Singapura no topo.

Através de uma bateria de testes, os estudantes de 146 escolas portuguesas foram avaliados numa escala de 1 a 1000 pontos, tendo obtido uma pontuação média de 517 pontos a Matemática e de 511 pontos a Ciências, ambas ligeiramente acima da média internacional.

A Matemática, os portugueses ficaram 14 pontos acima da média internacional de 503 pontos, mas oito pontos abaixo dos resultados nacionais obtidos em 2019.

Já a ciências, os alunos das escolas portuguesas ficaram 17 pontos acima da média internacional e conseguiram mais sete pontos do que em 2019.

Cerca de um em cada três alunos alcançou, pelo menos, o nível de "desempenho elevado" a Matemática e a Ciências, o que neste último caso significa que conseguem, por exemplo, apresentar e aplicar conhecimentos das Ciências da Vida, Ciências Físicas e Ciências da Terra, assim como envolver-se em algumas práticas de investigação científica.

O estudo mostra ainda que os rapazes têm melhores desempenhos do que as raparigas às duas disciplinas e que as médias dos alunos dos colégios são superiores às das escolas públicas.

Outro dos fatores que influencia os resultados é a importância que os diretores escolares dão ao sucesso académico: Os alunos de escolas onde havia uma maior preocupação com o sucesso obtiveram, em média, mais 16 pontos a Matemática e 13 pontos a Ciências.

Segundo o estudo, o estatuto socioeconómico dos alunos é responsável por alguma variação nos resultados, tanto a Matemática como a Ciências.

"A Matemática, a diferença de pontuação média entre um aluno de estatuto socioeconómico elevado e um aluno de estatuto socioeconómico baixo é de 79 pontos, estatisticamente significativos. A Ciências, esta diferença é de 68 pontos", lê-se no relatório hoje divulgado.

Outro dos fatores que também influencia o sucesso académico é a frequência e duração da educação pré-escolar, com os alunos que frequentaram durante, pelo menos, três anos a pontuarem, em média, mais 40 pontos a Matemática e mais 25 pontos a Ciências, do que os alunos que frequentaram o pré-escolar apenas um ano, no máximo.

O estudo permite ainda perceber que três em cada quatro alunos do 4.º ano (76%) tinham um elevado sentido de pertença à escola, o que também está associado a melhores resultados às duas disciplinas.

Por outro lado, apenas 46% dos alunos portugueses disseram "gostar muito" de aprender Matemática, sendo que também aqui existe uma relação direta entre o gosto por aprender e o desempenho académico: São 38 pontos que separam os alunos que "gostam muito" de aprender dos que admitem "não gostar".

Também a Ciências se nota essa correlação, havendo mais alunos a gostar de aprender Ciências do que Matemática, refere o estudo, que se realiza de quatro em quatro anos.

O estudo analisou também a literacia e consciência ambiental e descobriu que cerca de três quartos dos alunos portugueses "valorizavam de forma muito elevada" a preservação do ambiente, uma atitude que se reflete também nos melhores resultados académicos a literacia ambiental.

 

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