Apenas metade dos alunos carenciados das escolas de Beja conseguiram chegar ao final do ensino secundário sem reprovar, em 2020/2021, sendo também o distrito com níveis de equidade mais baixos.
De acordo com os dados atualizados hoje no portal Infoescolas, 51% dos alunos carenciados matriculados nas escolas do distrito de Beja conseguiram concluir o ensino secundário no tempo esperado, ou seja, em três anos.
É a percentagem mais baixa registada em Portugal continental naquele ano letivo, mas a dificuldade não é apenas entre os estudantes beneficiários de ação social escolar. Olhando para todo o universo, 68% dos finalistas bejenses chegaram ao final do 12.º ano sem chumbar.
O distrito destaca-se também pela negativa quando se olha para o indicador "equidade", que permite comparar os resultados dos alunos mais carenciados com a média nacional, calculada tendo por base os alunos do país que, ao entrarem no ensino secundário profissional, tinham um perfil semelhante em termos de idade, apoios, habilitação da mãe e categoria da escola.
No caso de Beja, a diferença é de 17,3 pontos percentuais, um número bastante distante do segundo valor mais baixo, registado em Lisboa, onde a percentagem de alunos carenciados a terminar o secundário no tempo esperado é 6,4 pontos mais baixo face à média nacional.
Pelo contrário, o novo mapa cartográfico, que passou a ser disponibilizado hoje no portal com estes e outros indicadores, destaca, pela positiva, o distrito da Guarda.
Com 80% dos alunos carenciados a concluírem o secundário sem chumbar (ultrapassado apenas por Braga, com 82%), Guarda é o distrito com maiores níveis de equidade e, apesar das dificuldades socioeconómicas, os alunos conseguiram superar as expectativas, conseguindo resultados 8,2 pontos percentuais acima da média nacional.
Por outro lado, a diferença entre os alunos beneficiários de ação social escolar e os restantes colegas é bastante pequena naquele distrito, uma vez que a percentagem global de alunos que concluem o secundário em três anos se fixou em 83%.
Em termos de equidade, apenas cinco dos 18 distritos nacionais registaram níveis negativos: Beja (-17,3), Lisboa (-6,4), Leiria (-5,8), Setúbal (-2,6) e Santarém (-1,2).
Quanto à taxa de conclusão no tempo esperado, sete distritos conseguiram superar os 80%: Braga (86%), Viana do Castelo (85%), Aveiro (84%), Guarda (83%), Coimbra (82%), Vila Real (80%) e Portalegre (80%).
A percentagem nacional, em 2020/2021, fixou-se nos 77%, sendo que é nos cursos de ciências e tecnologias que os alunos têm mais facilidade (80%), seguido de ciências socioeconómicas (75%), línguas e humanidades (72%) e artes visuais (68%).
O portal Infoescolas passou também a disponibilizar dados sobre a conclusão no tempo esperado referentes ao ensino básico, registando-se tendências semelhantes.
Com uma taxa média nacional de 90%, os resultados mais baixos registaram-se igualmente em Beja (84%) e os mais elevados em Viana do Castelo e Braga, ambos com 95%.
Beja é também o distrito em que os alunos carenciados têm maiores dificuldades, com uma percentagem de 73%, ficando também abaixo das expectativas, com uma diferença de 7,3 pontos percentuais face à média nacional.
Pela positiva, destaca-se Viana do Castelo, onde 94% dos alunos beneficiários de ação social escolar concluíram o 9.º ano sem chumbar nos anteriores, superando também as expectativas em 6,6 pontos.