Afonso Dias acredita que Rui Pedro ainda está vivo

por RTP
Afonso Dias foi absolvido da acusação de rapto de Rui Pedro. RTP

O arguido no caso do desaparecimento de Rui Pedro garante que está inocente e acredita que o rapaz ainda está vivo. Afonso Dias quebrou o silêncio na Grande Entrevista da RTP transmitida ontem à noite, um dia depois de ter sido absolvido pelo Tribunal de Lousada.

Durante o julgamento, Afonso Dias sempre manteve o silêncio. Mas ontem quebrou-o, falando publicamente pela primeira vez desde que foi absolvido, na quarta-feira passada. Em entrevista à RTP, o arguido e único suspeito do rapto de Rui Pedro afirmou acreditar que o rapaz de 11 anos, desaparecido em 1998, ainda “está vivo”.

“Eu acredito sempre [que ele está vivo] até que digam ‘o Rui Pedro está morto’ ou ‘encontraram o Rui Pedro morto’”, afirmou Afonso Dias. “Até que provem o contrário, não podem dizer que ele está morto. Não o encontraram”, reiterou à Grande Entrevista, onde esteve acompanhado pelo advogado que o defendeu no caso, Paulo Gomes.

Durante dez anos, o motorista de pesados foi apontado como o único suspeito do rapto da criança, mas sempre se declarou inocente. Ontem voltou a reafirmá-lo, defendendo que “não merece que ele e a família estejam a pagar por isto”.

Na quarta-feira passada, o coletivo de juízes de Lousada absolveu-o da acusação de rapto agravado. O acórdão apontou "falta de provas", tanto na tese de rapto de Rui Pedro como relativamente ao encontro do menor com Alcina Dias, a prostituta que alegou ter estado com o rapaz no dia do seu desaparecimento.

Ontem, Afonso Dias voltou a assegurar não saber “o que é que aconteceu” à criança. "A partir das 13h55 do dia 4 de março de 1998 nunca mais voltei a ver o Rui Pedro. [Ele] não entrou dentro do meu carro”, garantiu.

Afonso Dias – que aceitou dar a entrevista para esclarecer a opinião pública – afirmou ainda nada ter a esconder, insistindo que sempre disse tudo o que sabia às autoridades policiais que investigaram o caso ao longo dos anos e que se manteve em silêncio durante o julgamento porque “não tinha uma vírgula a pôr ou a tirar” ao que já dissera na fase de inquérito.

No final do julgamento, a família do menor - que, assim como o Ministério Público, apontava para uma pena de sete anos de prisão – anunciou através do advogado que iria apresentar recurso do acórdão.

Veja na íntegra a entrevista da jornalista Sandra Sousa a Afonso Dias
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