Nos primeiros nove meses do ano, as urgências do SNS atenderam menos 40 mil doentes em comparação com o mesmo período do ano passado. Por outro lado, os utentes tiveram de esperar mais para serem vistos por um médico.
No entanto, apesar desta diminuição, os tempos de espera nas urgências aumentaram entre janeiro e setembro deste ano.
Os dados revelam que 36 por cento dos doentes foram atendidos fora do tempo máximo previsto pela triagem de Manchester - uma subida de seis por cento em relação ao ano anterior.
Ouvido na edição desta terça-feira do Bom Dia Portugal, Xavier Barreto, presidente da associação dos administradores hospitalares, admitiu que este aumento dos tempos de espera possa estar relacionado com a diminuição do número de profissionais que compõem as equipas das urgências.
“Eventualmente estará relacionado com algum desfalque nas equipas que terá provocado uma maior demora nos atendimentos”, acrescentou, observando que a região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela que registou um pior desempenho, particularmente nos meses de verão.
“Temos de acompanhar nos próximos meses para perceber se se mantém ou não esta tendência”, afirmou, sublinhando que “importa qualificar e capacitar as equipas em número de pessoas mas também na qualidade”.
Em relação à afluência às urgências, Xavier Barreto diz que a diminuição pode estar relacionada com alguns projetos que têm sido implementados para reduzir a procura dos serviços de urgência, nomeadamente o projeto “Ligue Antes Salve Vidas”, que apela aos doentes para que telefonem primeiro para a linha SNS24 antes de se deslocarem para uma urgência hospitalar.
Segundo a Direção do SNS, este projeto conseguiu evitar quease 300 mil idas às urgências no último ano e meio.
