Aferição digital. Escolas públicas falam em "prazo curto"

por RTP

O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas lembra que é necessária uma aplicação informática para que os alunos possam realizar as provas de aferição em formato digital. Filinto Lima salienta, em entrevista ao Bom Dia Portugal, que a decisão chegou 48 horas antes do início do processo.

"O primeiro dia de realização destas provas, é de facto o dia 16 de maio, que é hoje", apontou.

Sobre as declarações do ministro da Educação, que desvalorizou as críticas em relação às 48 horas de antecedência, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas explicou que "a informação chegou com dois dias de antecedência, em relação ao dia 16", e "o que o senhor ministro disse é que as provas podem ser aplicadas no dia 16 ao dia 26, o que também é verdade".

"Nós programamos a nossa atividade e o nosso calendário em muitas escolas, para começar no dia de hoje. E começar no dia de hoje, na prática, em muitas escolas, é inexequível porque é um prazo curto, tendo em conta o tempo de antecedência que foi curtíssimo", acrescentou.

Filinto Lima esclareceu ainda que o prazo para a autenticação e colocação da aplicação em cada computador é curto porque "o trabalho tem de ser feitos pelos professores de informática. E os nossos professores de informática dão aulas e, portanto, é mais um trabalho para estes professores que podia ter sido feito atempadamente, se o IAVE tivesse feito chegar às escolas a informação que fez chegar ao longo do dia de quinta-feira".

"Ou seja, em muitos casos esta situação vai colidir com a aplicação, durante o dia de hoje, eventualmente amanhã em algumas escolas públicas".

Para já, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos Escolas Públicas não tem conhecimento de adiamento das provas de aferição.

"Muitas escolas planearam esta prova até dia 26, mas muitas planearam para o dia de hoje. E neste caso concreto parece-me que em algumas delas é inevitável esse adiamento", realçou.

Para Filinto Lima, "se tivesse havido maior planeamento por parte do IAVE, essa informação chegaria a tempo e horas às escolas públicas e não estaríamos aqui hoje a falar deste assunto. E as coisas seriam resolvidas. Não foi o que aconteceu".

O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos Escolas Públicas recorda ainda que no anterior ano letivo foi realizado um projeto piloto que "correu muito bem".

Apesar de todas as polémicas, Filinto Lima acredita que o processo vai estar concluído dentro do prazo.
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