A passagem do furacão Lorenzo pelo arquipélago dos Açores provocou mais de 250 ocorrências e obrigou ao realojamento de 53 pessoas. Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional, refere “danos elevadíssimos”, sublinhando que há muito trabalho pela frente. Para as ilhas das Flores e do Corvo foi decretada a situação de crise energética.
O presidente do Governo Regional dos Açores realça o facto de não existirem vítimas e a responsabilidade da população.
O Governo Regional dos Açores declarou a situação de crise energética para garantir o abastecimento às populações das ilhas das Flores e do Corvo, devido aos estragos provocados pelo furacão.
O executivo justifica a declaração com estragos causados no Corvo e no Porto das Lajes, que impossibilitam o abastecimento de combustível por via marítima às duas ilhas do grupo ocidental.
"A situação de crise energética visa garantir os abastecimentos energéticos essenciais ao funcionamento de um conjunto de serviços estruturantes da região, dos setores prioritários da economia local e a satisfação das necessidades fundamentais da população das ilhas das Flores e do Corvo", é referido no despacho do Governo.
No despacho é referido que as condições verificadas nas ilhas justificaram a necessidade de declarar a situação energética e, a título excecional, adotar medidas preventivas e especiais de reação destinadas a garantir os abastecimentos energéticos essenciais ao funcionamento de setores prioritários da economia, bem como à satisfação dos serviços essenciais de interesse público e das necessidades fundamentais da população.
Carlos Neves acrescenta que todas as ocorrências foram resolvidas e que “a vida das pessoas pode decorrer dentro das condições muito satisfatórias de segurança”.
O estrago mais grave foi no Porto das Lajes das Flores, onde o mar destruiu completamente o molhe, principal ponto de chegada de mercadorias e combustível à ilha. As ondas chegaram aos 15 metros.
Segundo o presidente do Governo Regional dos Açores, a “destruição que se verificou no Porto das Lajes põe em causa aspetos fundamentais como o abastecimento à ilha”.
“Vamos começar já a trabalhar para repor a normalidade das pessoas que vivem nas habitações afetadas por este mau tempo, assim como nas infraestruturas”, acrescentou Vasco Cordeiro que acompanhou a passagem do furacão na ilha das Flores. Os estragos vão ser avaliados esta quinta-feira por Pedro Siza Vieira, ministro-adjunto e da Economia (em representação do primeiro-ministro), e Nelson Sousa, ministro do Planeamento, que se vão juntar ao presidente do Governo Regional dos Açores.
O presidente da Federação das Pescas dos Açores, Gualberto Rita, referiu que as Lajes, nas Flores, foi onde se registaram mais prejuízos para o setor, ainda não quantificados.
Durante a tarde de quarta-feira, a SATA Air Açores retomou as ligações aéreas com o grupo Central e realizou três voos, que reencaminharam 250 passageiros para a Terceira, São Jorge, Pico, Graciosa e Faial.
A rede elétrica e aos serviços de telecomunicações também já estão estabelecidas.
A rajada máxima registada pelo IPMA ocorreu às 8h25 locais no Corvo (aeroporto), com 163 quilómetros por hora.
O furacão Lorenzo perdeu entretanto força e está a rumar à Irlanda.