Abertura de concursos para admissão de novos médicos

por RTP
Novos concursos vão trazer mais médicos para o setor da saúde Pedro A. Pina - RTP

O anúncio é do bastonário da Ordem dos Médicos e foi já confirmado pelo Ministério da Saúde. O Governo abre esta quinta-feira concurso para contratar 1.234 médicos que terminaram a especialidade nas áreas hospitalar, de medicina geral e familiar e de saúde pública, confirmou o Ministério da Saúde.

Numa publicação na rede social Facebook, Miguel Guimarães anunciou que os concursos vão ser publicados esta quinta-feira.



No total são 1234 vagas, das quais 839 para os hospitais, 17 para médicos de saúde pública e 378 para medicina geral e familiar.

Numa nota de imprensa entretanto divulgada, o Ministério da Saúde destaca que as vagas a abrir nesta primeira fase "representam o maior número dos últimos anos".

"A distribuição de vagas teve como base um conjunto de critérios que consideram as necessidades de cada instituição do SNS, com especial enfoque nas regiões do interior e Algarve", acrescenta a nota.

A abertura de vagas para medicina geral e familiar vai permitir que sejam atribuídos médicos de família a mais 500 mil portugueses.

Nos últimos dias, Ordem dos Médicos, Sindicato Independente dos Médicos, Federação Nacional dos Médicos e Associação das Unidades de Saúde Familiar tinham contestado a contratação de médicos aposentados para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) antes da abertura dos concursos para os mais de mil recém-especialistas que concluíram há meses a sua formação.
"Resolve uma parte dos problemas"
o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, realça que o concurso corresponde a “necessidades essenciais” no Serviço Nacional de Saúde, realçando que existem muitas unidades com carências.

O bastonário que o concurso “resolve uma parte dos problemas, ajuda a resolver alguns problemas, mas fica longe de resolver uma grande deficiência que existe de capital humano no Serviço Nacional de Saúde”.

Por outro lado, o concurso poderá evitar que muitos jovens façam outras opções, longe do SNS, nomeadamente para unidades privadas, ou mesmo candidatando-se a vagas noutros países.

“O protelar da abertura de concurso, seja nos hospitais, na saúde pública ou na medicina geral e familiar, tem tido consequências negativas naquilo que é a fixação de jovens especialistas no nosso país e em particular no Serviço Nacional de Saúde”, reforça o bastonário.
Abertura de vagas é tardia, diz sindicato

 Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos, considerou em entrevista à RTP3 que a abertura destas vagas é tardia e que não resolve o problema de falta de médicos.

Segundo o responsável sindical, a instabilidade sentida até agora já levou a que "dezenas de médicos" fossem para "o estrangeiro ou para a iniciativa privada".

Roque da Cunha relembra que já tinham sido feitos vários apelos para que o Ministério da Saúde abrisse estes concursos, mas que estes nunca foram ouvidos.
PUB