O anúncio é do bastonário da Ordem dos Médicos e foi já confirmado pelo Ministério da Saúde. O Governo abre esta quinta-feira concurso para contratar 1.234 médicos que terminaram a especialidade nas áreas hospitalar, de medicina geral e familiar e de saúde pública, confirmou o Ministério da Saúde.
No total são 1234 vagas, das quais 839 para os hospitais, 17 para médicos de saúde pública e 378 para medicina geral e familiar.
"A distribuição de vagas teve como base um conjunto de critérios que consideram as necessidades de cada instituição do SNS, com especial enfoque nas regiões do interior e Algarve", acrescenta a nota.
A abertura de vagas para medicina geral e familiar vai permitir que sejam atribuídos médicos de família a mais 500 mil portugueses.
Nos últimos dias, Ordem dos Médicos, Sindicato Independente dos Médicos, Federação Nacional dos Médicos e Associação das Unidades de Saúde Familiar tinham contestado a contratação de médicos aposentados para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) antes da abertura dos concursos para os mais de mil recém-especialistas que concluíram há meses a sua formação.
"Resolve uma parte dos problemas"
o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, realça que o concurso corresponde a “necessidades essenciais” no Serviço Nacional de Saúde, realçando que existem muitas unidades com carências.
O bastonário que o concurso “resolve uma parte dos problemas, ajuda a resolver alguns problemas, mas fica longe de resolver uma grande deficiência que existe de capital humano no Serviço Nacional de Saúde”.
Por outro lado, o concurso poderá evitar que muitos jovens façam outras opções, longe do SNS, nomeadamente para unidades privadas, ou mesmo candidatando-se a vagas noutros países.
“O protelar da abertura de concurso, seja nos hospitais, na saúde pública ou na medicina geral e familiar, tem tido consequências negativas naquilo que é a fixação de jovens especialistas no nosso país e em particular no Serviço Nacional de Saúde”, reforça o bastonário.
Abertura de vagas é tardia, diz sindicato
Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos, considerou em entrevista à RTP3 que a abertura destas vagas é tardia e que não resolve o problema de falta de médicos.
Segundo o responsável sindical, a instabilidade sentida até agora já levou a que "dezenas de médicos" fossem para "o estrangeiro ou para a iniciativa privada".
Roque da Cunha relembra que já tinham sido feitos vários apelos para que o Ministério da Saúde abrisse estes concursos, mas que estes nunca foram ouvidos.