Aberto inquérito criminal ao caso das trabalhadoras despedidas do Bloco de Esquerda
O Ministério Público instaurou um inquérito ao caso dos despedimentos, em 2022, de duas trabalhadoras que haviam sido mães recentemente, confirmou esta quinta-feira à RTP a Procuradoria-Geral da República. A investigação "corre termos no DIAP de Lisboa".
Numa comunicação enviada aos militantes do partido, Mariana Mortágua também enquadrou os casos no "processo penoso" de despedimentos após as legislativas de 2022.
No caso particular de duas trabalhadoras que foram despedidas e que tinham sido mães há pouco tempo, os contratos foram excecionalmente estendidos de março até dezembro de 2022 sob a forma de contratos fantasmas.
raramente venho a esta rede. estou atenta a esta partilha da érica e louvo-lhe a coragem. obrigada, érica. não tenho capacidade emocional e saúde mental que me permitam, neste momento, fazer o mesmo. mas confirmo que tudo isto é verdade. https://t.co/zqUqKes7UK
— donatota (@totalhona) January 22, 2025
"Lamento tantos silêncios sobre algo que tanta gente no partido sabe. Lamento q tenhamos de ser nós a reviver a violência que vivemos e a explodir em ansiedade. Espero que, dentro do partido, se apurem as responsabilidades e q se exijam reparações", afirmou.
Eu sou a trabalhadora com uma filha de nove meses despedida pelo Bloco de Esquerda em 2022. Fui despedida por telefone enquanto estava a trabalhar na sede nacional. A trabalhadora com um bebé de 2 meses estava em licença de maternidade.
— érica, secretária geral da curraleira (@pasmaceira) January 21, 2025
Porque uma estava em licença de maternidade e para mim n havia parecer da CITE, foi-nos proposto um falso contrato de trabalho a termo a vigorar até ao fim de 2022. Arrependo-me até hoje, mas a verdade é q assinei qndo queria ir para tribunal de trabalho. Também eu fui hipócrita
— érica, secretária geral da curraleira (@pasmaceira) January 21, 2025
O Bloco de Esquerda veio explicar, em comunicado, que a redução do número de funcionários do partido aconteceu através do fim da "generalidade das comissões de serviço (…) no final de março de 2022, respeitando os prazos legais de notificação".
"Nenhuma trabalhadora 'com um bebé de dois meses' foi despedida do quadro do Bloco. Nenhuma trabalhadora afetada pelo término de comissões de serviço foi substituída por outro trabalhador contratado para o efeito", garantiu o partido.