O abandono escolar após o primeiro ano de licenciatura voltou a aumentar nas instituições de ensino superior públicas, fixando-se em 11,73%, segundo dados divulgados esta quinta-feira que mostram que continua a ser nos politécnicos que os alunos mais desistem.
Em 2022/2023, 11,73% dos caloiros do ano anterior já não se encontravam em nenhuma instituição do ensino superior, mais 0,13 pontos percentuais face ao ano letivo 2021/2022.
Para este aumento contribuíram sobretudo os institutos politécnicos, onde a taxa de abandono após o primeiro ano passou de 13,26% para 13,88%.
Em contrapartida, as universidades conseguiram remar contra essa maré e houve, no ano passado, menos alunos a desistir: 9,39% em relação aos 9,83% registados em 2021/2022.
Por outro lado, a taxa de abandono após o primeiro ano continua também a ser maior no setor privado, mas aí as escolas e universidades têm conseguido contrariar a tendência de aumento.
Com 12,38%, a percentagem registada em 2022/2023 é, ainda assim, inferior à registada no ano anterior e significativamente abaixo dos 15,8% registados em 2013/2014.
No entanto, olhando para os setores público e privado, quatro dos cinco cursos com maior taxa de abandono são ministrados por instituições privadas.
A lista é liderada pelo curso de Osteopatia na Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa, com 76,5%, seguindo-se Engenharia Civil no Instituto Politécnico de Castelo Branco (65%), Informática de Gestão no Instituto Superior de Gestão e Administração de Santarém (53,6%), Enfermagem na Escola Superior de Saúde de Santa Maria (50%) e Enfermagem na Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa (49,4%).
No extremo oposto, existem 51 cursos em que a taxa de abandono ficou abaixo de 1% e perto de metade são nas áreas de Engenharia.
O portal Infocursos (disponível em infocursos.pt) disponibiliza informação atualizada sobre 6.024 cursos ministrados em 282 estabelecimentos de ensino superior, com dados sobre as formas e notas de ingresso, a situação dos alunos após um ano, classificações finais e desemprego.