A 'operação Zeus' já levou à constituição de 46 arguidos e à detenção de seis militares da Força Aérea, um major, três capitães e dois sargentos. São todos suspeitos de corrupção e falsificação de documentos, num esquema de sobrefaturação de produtos alimentares que terá lesado o Estado em mais de 10 milhões de euros. Deverão ser presentes a tribunal amanhã de manhã.
Os lucros do esquema de corrupção, que passava por inflaccionar o preço dos bens alimentares de forma a cobrar mais ao Estado, seriam repartidos por todos os intervenientes.
Quinta-feira, durante as buscas em todas as bases aéreas nacionais, a Judiciária apreendeu elevadas quantias de dinheiro. Em casa de um dos militares detido encontrou duzentos mil euros em notas.
Esta sexta-feira, a Polícia continua a interrogar os empresários suspeitos de fazerem parte do esquema de corrupção.
Os seis detidos deverão ser presentes a tribunal amanhã de manhã.
É o culminar de um ano e meio de investigações conjuntas, que contou com a colaboração ao mais alto nível da própria Força Aérea, depois de uma denúncia anónima sobre o alegado esquema de corrupção no seio das Força Aérea.
Segundo essa denúncia, os responsáveis por cada messe da Força Aérea - isto é, um oficial e um sargento em cada uma das quatro bases - inflacionavam os preços dos alimentos e bebidas que constituíam o stock dessas messes, dividindo depois os lucros remanescentes entre eles e os fornecedores, apropriando-se dessas verbas ilicitamente.