Foto: Mário Antunes
Nos últimos anos o país abriu-se cada vez mais aos turistas. Mas esta área de negócio cresceu, na opinião de muitos, de uma forma insustentável, sobrecarregando o ambiente com poluição e a cidades e zonas históricas com pessoas, no chamado "overtourism". A pandemia veio impor um travão ao turismo. É agora tempo de alterar paradigmas.
Vamos a um exemplo: Com mais de 320 quilómetros quadrados, e uma parte significativa dessa área integrada num parque natural, Aljezur tem um modelo de desenvolvimento turístico que não pode ignorar o respeito pelas regras ambientais. Aljezur é sinónimo de uma paisagem protegida única mas que também enfrenta riscos. No passado foi a construção sem regras no litoral, no presente é o caravanismo selvagem que deixa marcas. Mas Aljezur é um mar de oportunidades que podem passar, por exemplo, pela importante indústria do surf. A reportagem é do jornalista Mário Antunes.
Carlos Costa, Professor da Universidade de Aveiro, diretor do Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo, é perentório: o Turismo vai mudar. A pandemia levou as pessoas para o interior, para as áreas rurais e para as zonas de parques naturais, originando um fenómeno de maior dispersão dos turistas. Um novo paradigma que é preciso incentivar, com abordagens multifacetadas. O turismo deve ser sustentável, deve ser “combustível para o motor do desenvolvimento local”, deve ser um negócio com vista à preservação dos recursos locais. Carlos Costa defende também que a gestão do turismo tem que ser ao nível local – das autarquias – e não apenas ao nível nacional. a Entrevista é de Luís Peixoto.