As políticas públicas decentralizadas na área da saúde são uma tendência muito clara na Europa e procuram responder, em proximidade, às necessidades específicas dos diferentes territórios e populações. Em Portugal esta matéria tem sido particularmente sensível nos últimos anos, nomeadamente no que diz respeito à disponibilidade de infraestruturas e profissionais de saúde em territórios menos centrais. As políticas locais de saúde são o tema de hoje da parceria Antena 1 / Universidade de Aveiro
Para o professor da universidade de Aveiro, Gonçalo Santinha, há um desequilíbrio grande no acesso aos cuidados de saúde entre o litoral e o interior, o que até se compreende dada a dimensão geográfica e populacional. Segundo um estudo que está a ser feito por Gonçalo Santinha - que é também Diretor do Mestrado em Administração e Gestão públicas – a quase totalidade da população portuguesa está a menos de 30 minutos de um centro de saúde e a menos de 60 minutos de um hospital. Para este Doutorado em Ciências sociais, o grande problema está nos constrangimentos dos acessos geográficos do território. Gonçalo Santinha diz que 80% dos municípios nacionais ainda não aceitaram a descentralização de competências na área da saúde. Em 2019, apenas 21 autarquias agarraram o desafio e 51 aceitaram-no até 2020. Os investigadores da Universidade de Aveiro estão a estudar o porquê deste padrão de comportamento. A entrevista é conduzida pela Cláudia Costa.