45 anos de poder local: A Inovação industrial

por Antena1

Foto: Carolina Ferreira

Os municípios têm vindo a ganhar importância enquanto facilitadores de processos de inovação nas mais diversas áreas da atividade económica. As designadas Estratégias de Especialização Inteligente e os fundos comunitários têm reforçado esta perspetiva.

A inovação industrial é o tema de hoje da Parceria Antena 1 / Universidade de Aveiro, que semanalmente identifica os desafios que se colocam ao poder local nos próximos 5 anos, a partir de uma base territorial delineada pelas comunidades intermunicipais e pelo crivo científico da academia nacional.

O setor das duas rodas português ascendeu em 2019 ao primeiro lugar europeu na produção de bicicletas. Em 2020, mesmo em ano de pandemia, registou um crescimento de 5% nas exportações. Fomos até Águeda conhecer o trabalho da ABIMOTA, a Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas, Ferragens, Mobiliário e Afins. Para o secretário-geral da associação, "é um setor que está a inovar e quer inovar mais". Segundo Gil Nadais, o poder local tem um papel importante na preparação do caminho para a chamada "mobilidade suave". A indústria estende-se de Braga a Vila Franca de Xira, mas é na zona de Águeda e concelhos vizinhos que continua a concentrar-se o maior número de empresas do setor. Incluindo a primeira fábrica no mundo a produzir quadros de bicicleta em alumínio de forma robotizada. A reportagem é de Carolina Ferreira.

Para o professor associado da Universidade de Aveiro Carlos Rodrigues, Águeda teve um papel muito importante na transformação do tecido empresarial ao apostar na indústria das duas rodas, assim como o Fundão conseguiu contrariar a interioridade através da Inovação noutras áreas. Para este professor do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, da universidade de Aveiro, os municípios são fundamentais na chamada tripla hélice da Inovação, a que se juntam as indústrias e o setor científico. O professor Carlos Rodrigues diz que as autarquias mudaram a postura passiva que tinham em relação à atividade empresarial e lembra que sem dinheiro comunitário é muito difícil fazer inovação industrial, por isso, as verbas da Europa são fundamentais. A entrevista é de Cláudia Costa.
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