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Reportagem

10 de Junho. Comemorações terminam no Peso da Régua com cerimónia militar

por RTP

José Coelho - Lusa

As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas terminam este sábado no Peso da Régua, Vila Real, onde se realizou uma cerimónia militar. No seu tradicional discurso, o presidente da República defendeu que "não podemos desistir de criar mais riqueza, mais igualdade, mais coesão".

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14h50 - A história do enólogo presidente da comissão organizadora do 10 de Junho

Este ano, o presidente da comissão organizadora das cerimónias do 10 de junho escolhido por Marcelo Rebelo de Sousa foi um enólogo.

João Nicolau de Almeida é, há décadas, uma das principais figuras da região.

O enólogo foi o pai de algumas das principais marcas de vinho do Douro e é filho do inventor do mais icónico vinho português, o Barca Velha.

14h30 - Partidos começaram a reagir ao discurso do Presidente da República

O PS diz que se revê na mensagem de unidade e persistência. O PSD fala de mais políticas sociais. A Iniciativa liberal pede uma árvore nova em vez de cortar só alguns ramos.

13h36 - PR e PM lado a lado, mas mais afastados do que nunca

Longe vão os tempos de 2016, em Paris, onde Costa abrigava Marcelo da chuva num momento de fidelidade. Neste 10 de Junho, o presidente da República e o primeiro-ministro estiveram lado a lado, mas mais afastados do que nunca.

Os jornalistas da RTP Luísa Bastos e António José Teixeira fizeram a análise à situação política no dia em que se realizaram as cerimónias do Dia de Portugal.

13h16 - Centenas de pessoas assistiram ao desfile militar

Centenas de pessoas assistiram aqui às cerimónias do 10 de Junho, entre curiosos e professores que aproveitaram a ocasião para pedirem respeito.

13h10 - Costa garante aos professores que carreira continuará descongelada

O primeiro-ministro garantiu este sábado que a carreira de professor continuará descongelada porque o Governo tem feito um descongelamento "com conta, peso e medida".

"No passado prometeram-vos uma grande carreira, mas depois nunca se concretizava", disse António Costa a uma professora que assistiu às comemorações do 10 de Junho em Peso da Régua.

13h04 - “Vale a pena acreditar em Portugal”, o PSD não desiste de Portugal, diz Montenegro

Apesar da muita insistência dos jornalistas, Luís Montenegro não comentou a troca de correspondência com o primeiro-ministro ou o SIS. “Falarei disso depois”, diz o líder do PSD, argumentando que hoje quer passar uma mensagem positiva aos portugueses.

“Hoje quero dizer ao país que vale a pena acreditar em Portugal. O país pode e deve saber que o PSD não desiste de Portugal e o líder do PSD quer ser primeiro-ministro. Não é para preencher um capricho. É para desenvolver o país”, diz.

Montenegro diz que se deve falar de casos como o do SIS, mas não se pode falar apenas disso. “Merecem tratamento político, não me vou eximir a isso. Mas não é só isso que me preocupa”.

“O que me preocupa mais do que tudo é o futuro de Portugal”, assegura.

12h59 – Presidente não esperava tanta gente no Douro

Marcelo Rebelo de Sousa admite que não esperava tanta gente no Douro para as comemorações do Dia de Portugal. “É também o facto de terem percebido que é uma ocasião única. No futuro, certamente ter-se-á que voltar aos interiores”, declarou.

O presidente foi questionado sobre o facto de João Galamba ter sido vaiado à chegada, mas preferiu não responder.

12h54 – António Costa fala com professores

O primeiro-ministro falou com alguns professores que se deslocaram simbolicamente a Peso da Régua com cartazes a exigir “respeito”.

Questionado sobre o que está previsto para casos em que, por exemplo, um casal de professores com filhos fique colocado em cidades diferentes, António Costa referiu que “uma coisa muito importante” que o Governo fez foi aumentar os quadros de vinculação, que são 11 e passam agora para 63.

“A probabilidade de ficar mais perto é obviamente maior”, mas “eu percebo essa dificuldade”, reconheceu o chefe de Governo.

O primeiro-ministro disse ainda que “os professores têm de pensar todos uns nos outros”. “Cada professor tem a sua própria história e a sua especificidade. O programa que está a referir são as pessoas que estiveram muitos anos em precariedade e que agora deixam de estar e querem, naturalmente, estar próximo de casa. Mas não pode esquecer os outros que, para não estarem precários, aceitaram vincular em sítios muito longínquos da sua própria casa”, explicou.

12h50 – “Facilitar a vida ao primeiro-ministro é fazer o meu trabalho”, diz Galamba

Aos jornalistas em Peso da Régua, o ministro das Infraestruturas disse sentir-se confiante em fazer o seu trabalho e “muito contente por finalmente termos trazido a eletrificação da Linha do Douro, projeto que foi aprovado há poucas semanas”.

Questionado sobre as críticas de quem diz que o ministro deveria “facilitar a vida” a António Costa indo novamente à Comissão de Inquérito à TAP, João Galamba respondeu: “facilitar a vida ao primeiro-ministro é fazer o meu trabalho, que é o que tenciono continuar a fazer”.

12h18 – Marcelo diz que é preciso "cortar os ramos mortos que atingem a árvore toda"

Marcelo Rebelo de Sousa pegou na vocação universalista do país e na luta da região do Douro para se projetar para deixar alguns recados, numa altura em que a política portuguesa continua envolvida na polémica em torno do incidente no Ministério das Infraestruturas e no envolvimento do SIS na recuperação de um computador de um adjunto do ministro João Galamba.

O chefe de Estado considerou que o país não quer "nunca cometer o erro" de trocar a sua vocação universal pela ilusão de que, para ser feliz, é necessário deixar de ser o que o marcou "há séculos".

"Mas atenção, que isso não seja álibi ou justificação para não sermos mais fortes e mais justos cá dentro, até para podermos ser mais fortes e justos lá fora", frisou.

Segundo o chefe de Estado, "é esse o apelo deste Douro e de todos os Douros": "Pegarmos no impossível, tentarmos uma vez, com vezes, mil vezes, falharmos mais do que acertamos, (...) não desistirmos, começarmos de novo".

"Darmos de novo viço ao que disso precisar. Plantarmos, semearmos, podarmos, cortarmos os ramos mortos que atingem a árvore toda. Recriarmos juntos, neste Douro, em todos os nossos Douros, o que faça o nosso futuro muito diferente e muito melhor do que o nosso presente", declarou, sem nunca mencionar diretamente qualquer caso político atual.

12h12 – “Não podemos desistir nunca de criar mais riqueza”

O presidente da República continuou o seu discurso defendendo que “não podemos desistir nunca de criar mais riqueza, mais igualdade, mais coesão, distribuindo essa riqueza com mais justiça”.

“Só isso nos permite e permitirá podermos ter e continuar a ter a projeção no mundo, que é o nosso desígnio nacional”, acredita Marcelo Rebelo de Sousa.

Para o chefe de Estado, “é a nossa vocação de sempre fazermos pontes, sermos plataforma entre oceanos, continentes, culturas e povos”.

“Outros há e haverá que são e serão mais ricos que nós e mais coesos que nós, mas com línguas que poucos conhecem, incapazes de compreenderem o mundo, de o tocarem e de o influenciarem”, declarou. “Nós nascemos diferentes”.

“Uma pátria improvável, feita a pulso, contra o vento, muito cedo universal, muito cedo chamada ou condenada a ser mais importante lá fora do que cá dentro. E não queremos nunca cometer o erro de trocar a nossa vocação, que nos fez e faz maiores e diferentes, pela ilusão de que o sermos felizes é deixarmos de ser o que nos marcou há séculos”.

“Só se não quisermos é que o nosso Portugal não será eterno. E nós queremos que Portugal seja eterno. Viva o Douro, viva Portugal”, terminou o presidente da República.

11h52 – Presidente destaca exemplo de solidariedade do português que tentou impedir ataque em Annecy

O presidente da República considera que o vinho do Douro “projetou Portugal no mundo e continua a projetar, num tempo em que o crescimento e a justiça social que ambicionamos se fazem de investimento, de exportações de bens como esse vinho de excelência”.

“Só somos verdadeiramente portugueses na medida em que sempre fomos e somos universais, sempre disponíveis para a solidariedade em relação aos outros, como aquele nosso compatriota Manuel Ponte, que há dois dias, com mais de 70 anos de idade, fez aquilo que outros com menos de 70 anos de idade não fizeram”, declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa refere-se ao português que tentou impedir o ataque com uma faca em Annecy, nos Alpes franceses, no qual várias crianças ficaram feridas, algumas delas correndo perigo de vida. O atacante era um homem sírio com estatuto de requerente de asilo.

11h40 – Marcelo Rebelo de Sousa inicia discurso

O presidente da República começa por dizer que “todos os dias sabemos que, por entre alegrias e tristezas, estamos a fazer Portugal”.

“Todos os 10 de Junho, cada qual diverso dos outros, evocamos passados de quase 900 anos, ganhamos redobradas forças para os presentes e sonhamos novos futuros”, declarou.

O chefe de Estado fala num 10 de Junho “muito diferente dos últimos”, por ser celebrado em Peso da Régua, “cidade do interior que nunca foi nem capital de distrito, nem cabeça de diocese”.

Escolher esta zona para as comemorações do Dia de Portugal é, para Marcelo, “o retrato do Portugal que queremos”, onde “os Pesos da Régua do nosso interior sejam tão importantes quanto as Lisboa, os Portos”.

11h34 - Nicolau de Almeida destaca importância da fixação de pessoas no Douro

João Nicolau de Almeida fez o historial das vinhas do Douro, realçando a importância da criação de um curso de enologia, de uma formação académica, para uma dinâmica de fixação de pessoas na região, bem como de empreendedorismo para o sucesso do negócio.

"Há ainda muita pedra por partir", afiança. Fala da desertificação e da consequente falta de mão de obra, da necessidade de valorização do produto base, a uva, e diz que não é necessária administração política e burocrática. "A região sabe tomar conta de si", diz. Chama a atenção para a necessidade de um financiamento adequado para a agricultura e de medidas específicas, atempadas, a tomar pelo viticultor, e novos mercados.

"Só falta a recuperação da linha do Douro até Espanha", diz, como exemplo de pepitas que vão faltando à região. Cita Lavoisier dizendo que nada se perde, tudo se tranforma, para acabar com "vivas" à gente do Douro e de Portugal.

11h19 - Comissário das cerimónias discursa

João Nicolau de Almeida, produtor de vinho que presidiu às comemorações, faz agora o primeiro discurso na cerimónia oficial.

O enólogo agradece ao presidente da República ter escolhido a região do Douro pela sua relevância. "Sinto-me muito lisonjeado" por ser escolhido para falar desta região, assegura.

Fala sobre o Vinho do Porto e o vinho do Douro, produtos e marcas identitárias de um país "que nos orgulha".

11h12 - Presidente é o mais aplaudido à chegada

Marcelo Rebelo de Sousa foi o mais aplaudido à chegada às comemorações. O presidente está em Peso da Régua desde a manhã de sexta-feira.

11h04 - António Costa recebido com aplausos

Ao contrário de João Galamba, que foi vaiado à chegada, o primeiro-ministro recebeu aplausos da população em Peso da Régua. Ouviram-se, porém, alguns assobios, num misto de popularidade com descontentamento.

10h57 - Professores no Peso da Régua para pedirem respeito

Um grupo de professores, acompanhado pelo secretário-geral da FENPROF, marca presença no Peso da Régua para pedir respeito.

À RTP, Mário Nogueira explicou que os docentes se deslocaram ao local das comemorações para dizerem que “há um problema que afeta as escolas, os alunos e os portugueses em geral, que é a falta de professores”.

“E a falta de professores é um problema que decorre da não resolução pelo Governo dos problemas que afetam a profissão”, acrescentou.

“Estamos aqui não para fazer qualquer tipo de manifestação, mas simbolicamente, exibindo as placas de ‘respeito’”, afirmou o dirigente da FENPROF, garantindo ainda que os professores não vão parar esta luta “nem no final deste ano, nem no início do próximo”.

10h44 - João Galamba vaiado à chegada a Peso da Régua

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi vaiado pela população ao chegar ao local das comemorações do Dia de Portugal.

10h18 - Programa das comemorações

Já está tudo a postos para as comemorações no Peso da Régua. António Costa deverá chegar pelas 10h45, seguido de Marcelo Rebelo de Sousa, às 10h57.

O presidente da República fará a revista das forças militares antes do discurso do comissário das cerimónias, o enólogo João Nicolau de Almeida.

Segue-se o discurso do chefe de Estado, marcado para as 11h45.
Após a cerimónia militar, que terminará pelas 13h15, o presidente da República irá visitar, às 16h30, a exposição das Forças Armadas, no Cais da Régua, antes de regressar, às 19h30, à Praça do Município para participar na cerimónia militar do arriar da bandeira nacional.

De seguida, às 20h00, irá visitar expositores de produtores de vinhos e produtos regionais integrados no 'Douro Wine City', no auditório municipal do Peso da Régua.

Às 21h30, as comemorações do 10 de Junho irão terminar com um concerto, aberto à população, no Jardim da Alameda dos Capitães, em que Marcelo Rebelo de Sousa irá condecorar as três bandas militares.

09h50 – Comemorações finais prestes a arrancar

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa participam na cerimónia militar comemorativa prevista para as 10h00. Pelas 11h45 terá início a tradicional intervenção do chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas e do presidente da comissão organizadora das celebrações, enólogo João Nicolau de Almeida.
Comemorações começaram na África do Sul e terminam em Portugal
Este ano, as comemorações do Dia de Portugal começaram no dia 5 na África do Sul e terminam agora em Portugal, no Peso da Régua, distrito de Vila Real.

O atual modelo de duplas celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi lançado por Marcelo Rebelo de Sousa no ano da sua posse, 2016, em articulação com o primeiro-ministro, António Costa.

Em território português, tem lugar uma cerimónia de caráter mais solene e militar, que associa o 10 de Junho às Forças Armadas. No estrangeiro, a data é festejada junto de emigrantes portugueses e lusodescendentes, aos quais o chefe de Estado se refere como fazendo parte do "território espiritual" da nação.

Em 2020 e 2021, este modelo foi interrompido devido à pandemia de covid-19, e só houve cerimónias em território nacional. Em 2022, por motivos de saúde, António Costa não participou nas cerimónias do 10 de Junho, que se realizaram em Braga e Londres.

Já em 2016 o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi celebrado entre Lisboa e Paris, em 2017 entre o Porto e o Brasil, em 2018 entre os Açores e os Estados Unidos da América e em 2019 entre Portalegre e Cabo Verde.