Vuelta: Tudo igual, pelotão reserva forças para o Velefique

por Lusa

O pelotão da Volta a Espanha em bicicleta 'poupou-se' hoje, na véspera de uma etapa de alta montanha, e a chegada a La Manga del Mar Menor foi decidida ao 'sprint', com vitória do neerlandês Fábio Jakobsen (Deceuninck-Quickstep).

O esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) passou todos os 173,7 quilómetros da etapa bem confortável no meio do pelotão e conserva a camisola vermelha, com oito segundos sobre o austríaco Felix Grossschartner (Bora-hansgrohe) e 25 sobre o espanhol Enric Mas (Movistar).

Todos os outros candidatos - e são dezena e meia, com atraso até três minutos - também preferiram a viagem calma até La Manga del Mar Manor, cientes de que domingo, véspera do primeiro dia de descanso, tudo se complica, com a chegada ao alto de Velefique.

Na batalha habitual entre equipas de 'sprinters', ganhou a Deceuninck-Quickstep, que preparou na perfeição a vitória do seu 'ás’ Jakobsen, à frente do italiano Alberto Dainese (Team DSM) e do belga Jasper Philipsen (Alpecin-Fenix), segundo e terceiro classificados, respetivamente.

O neerlandês, continua assim em 'estado de graça', depois de ter surpreendido com a vitória na quarta etapa. Não que o jovem de 24 anos não fosse talentoso, mas porque há um ano temeu-se que o desporto tinha acabado para ele, depois do acidente brutal numa chegada na Volta à Polónia.

Empurrado pelo seu compatriota Dylan Groenewegen para as barreiras laterais no acesso à meta, Jakobsen fraturou o crânio e o palato e esteve internado com prognóstico reservado, parecendo então claro que, pelo menos, o ciclismo terminava ali para ele.

Mas não foi assim. Reapareceu a meio desta época, com resultados já interessantes, e na Vuelta confirma-se mais uma vez como um 'sprinter' de elite.

"A equipa fez um grande trabalho. Mantiveram um ritmo forte e mesmo que eu os tenha momentaneamente 'perdido', estive sempre em boa posição. Era o mais rápido, acho eu", rejubilou no final o homem da Deceuninck-Quickstep para as chegadas em pelotão.

"Era preciso ser forte e rápido e acho que era uma questão de 'timing'. Numa chegada como esta, é preciso estar 'na hora'. Já fiquei duas vezes um bocado atrasado, mas desta vez estive mesmo lá. Consegui fazer um sprint completo, até à linha de meta", acrescentou.

O dia foi de resto perfeito para ele, já que passa a ser o camisola verde (classificação por pontos), destronando Philipsen.

Antes de ser certo que se chegava em pelotão, três espanhóis andaram em fuga, a tentar a sua sorte, esperando o beneplácito do pelotão, sem sucesso. Foram eles Ander Okamika (Burgos BH), Aritz Bagues (Caja Rujal Seguros RGA) e Mikel Itturria (Euskaltel).

Ambos os portugueses entraram no pelotão, sendo Rui Oliveira (UAE Team Emirates) o 49.º e Nelson Oliveira (Movistar) o 62.º. Na geral, Nelson é 66.º, a 29.02, e Rui 113º, a 45.17.

No domingo, os 188 quilómetros a percorrer entre Puerto Lumbreras e Alto de Velefique são terreno ideal para os trepadores. A meta é montanha de categoria especial e antes há uma contagem de terceira, uma de segunda e uma de primeira categoria.
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