Volta ao Algarve. Almeida assume candidatura, mas alerta para o grande nível do pelotão
João Almeida sabe que é um dos favoritos à vitória final na 49.ª Volta ao Algarve em bicicleta, uma prova que sonha ganhar, mas recusa o estatuto de principal candidato, dada a qualidade do pelotão.
“Nem por isso. Tenho a noção que sou um dos favoritos, corridas à geral e deste tipo assentam-me bastante bem, ainda mais correndo em casa. […] Mas há aqui favoritos bastante bons, com grande nível. Quero discutir a corrida e estar na frente, daí a ser o candidato número um há uma grande diferença”, distinguiu.
Embora vá “dar tudo para ganhar a corrida”, o líder da UAE Emirates alerta para nomes como Jai Hindley, o australiano que é o campeão em título do Giro, o colombiano Sergio Higuita, também da BORA-hansgrohe e vencedor no alto do Malhão no ano passado, o fortíssimo conjunto da INEOS, que inclui o colombiano Daniel Martínez, terceiro na ‘Algarvia’ em 2022, o britânico Thomas Pidcock ou o neerlandês Thymen Arensman, sem esquecer o compatriota Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty), “que está muito forte”.
Almeida lamentou ainda a ausência do campeão em título, o belga Remco Evenepoel, para quem trabalhou em 2020, na primeira vitória da geral do agora campeão mundial de fundo e vencedor da Vuelta2022.
“Acho que quantos melhores ciclistas estivessem cá presentes, mais nível haveria e era melhor para a corrida em si”, avaliou.
Quarto classificado no Giro2020 e quinto na Vuelta2022, o corredor de A-dos-Francos, de 24 anos, acredita que é “um melhor ciclista” desde a última presença na ‘Algarvia’. “Venho como líder agora e não como gregário. É algo muito positivo. Conheço bem o percurso, é relativamente parecido ao passado. Acho que é uma mais-valia, já tenho alguma experiência na corrida”, notou o ciclista que foi nono classificado (e segundo na juventude) em 2020.
O campeão nacional de fundo, que esteve a treinar no Velódromo de Sangalhos na semana passada - “a medir algumas coisas”, a “testar material” -, considera que o contrarrelógio da última etapa da 49.ª edição, em Lagoa, será o momento que fará a diferença nas contas da geral, “apesar de que todos os favoritos acabem por ser bons no contrarrelógio”.
“Portanto, vai ser renhido. E o Malhão. O Malhão é sempre uma subida muito dura que faz diferenças quando não se está minimamente bem, mas certamente vai ser uma corrida animada para os espetadores”, prognosticou, dizendo que a Fóia, ponto final da segunda etapa, é “uma subida muito dura, mas não é assim tão inclinada e costuma ter vento de frente no final, então não é propícia para haver grandes cortes”.
Almeida está expectante para ver a reação do público nacional neste seu regresso, embora reconheça que não está preparado para o que pode acontecer entre quarta-feira e domingo.
“Agora, sem regras de covid-19, se calhar até vai ser um bocadinho confuso e caótico, mas temos de lidar com isso também. É bastante bom sentir o apoio dos portugueses”, declarou, respondendo “claro que sim” quando a pergunta foi se sonhava ganhar no Algarve: “A correr em casa e com um pelotão deste nível, seria mesmo muito bom”.
A Volta ao Algarve arranca hoje em Portimão e termina no domingo, com um contrarrelógio em Lagoa, que vai consagrar o sucessor do belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step).
Todos os passos de Almeida levam ao Giro
João Almeida quer saldar este ano a ‘dívida’ pendente com a Volta a Itália, onde o ciclista português acredita que vai surgir “um bocadinho na segunda fila” de favoritos, algo que o pode favorecer na luta pela camisola rosa.
Apesar de ainda não ter vencido nenhuma geral de uma corrida por etapas com as cores da UAE Emirates e de até ambicionar ‘estrear’ esse palmarés especial na Volta ao Algarve, o pensamento de João Almeida já está mais à frente, na grande ‘meta’ da época.
“O objetivo é o Giro, e todas as outras corridas e preparação é sempre tendo em conta o Giro. Portanto, claro que está sempre na minha cabeça”, reconheceu, em entrevista à agência Lusa.
O ciclista de A-dos-Francos, de 24 anos, tem contas pendentes com a Volta a Itália, onde foi quarto em 2020, depois de andar 15 dias vestido de rosa, e abandonou no ano passado, quando seguia em quarto, por estar com covid-19, e não o esconde.
“Se não fosse o azar do ano passado, se calhar este ano já fazia o Tour. Decidi eu fazer o Giro mais uma vez, e desde que não haja azares, talvez para o ano esteja no Tour”, antecipou.
Almeida espera uma concorrência forte na próxima edição da ‘corsa rosa’, agendada entre 06 e 28 de maio e na qual estarão Remco Evenepoel, Primoz Roglic ou Geraint Thomas, mas diz-se preparado: “Acho que quanto melhor o nível, melhor para mim é. Se calhar, também parto um bocadinho da segunda fila, não de favorito. Pode-me favorecer”.
Ser ‘menos’ favorito, facilita, assume o português, embora “em termos de pressão, seja igual”.
“Em termos de tática, acho que nos favorece no sentido de não termos de tomar iniciativa. Podemos gerir melhor os nossos ciclistas. No fundo, salvaguarda a equipa e deixa-nos com mais energia caso seja necessário”, notou, elogiando um percurso “bastante duro”, com “muito contrarrelógio” e perspetivando “um excelente Giro”.
Até lá, o líder da UAE Emirates vai correr, além da ‘Algarvia’, que arranca hoje, o Tirreno-Adriático e a Volta à Catalunha, fazendo, depois, “um estágio em altitude” antes da Volta a Itália – na segunda parte da temporada, “em princípio”, estará na Volta à Polónia, no Mundial, “se calhar”, e na Vuelta.
O jovem de 24 anos admite que este ano vai ser decisivo para a sua consolidação como líder em grandes Voltas.
“Tenho vindo a evoluir de ano para ano. Acho que, se não fosse o covid, já tinha um pódio. Mas estamos aqui a trabalhar no duro para confirmar isso outra vez e fazer o melhor resultado possível”, disse, confessando que, mentalmente, foi “difícil” lidar com o desgosto de ter de abandonar o Giro devido à covid-19, depois de “tanta preparação, tantos sacrifícios”.
Almeida reconhece também não estar preocupado com a concorrência dentro da UAE Emirates, que, além de Tadej Pogacar, conta com Juan Ayuso, Adam Yates ou Jay Vine, entre outros.
“Nem por isso. Confio na minha forma, a equipa também acredita em mim. É bom para a equipa ter atletas com cada vez mais nível e líderes em maior quantidade. No fundo, ajudamo-nos uns aos outros. Depois, temos mais oportunidades de vencer e com mais corredores, o que abre mais e, taticamente, acaba por ser mais fácil”, concluiu.
João Almeida quer saldar este ano a ‘dívida’ pendente com a Volta a Itália, onde o ciclista português acredita que vai surgir “um bocadinho na segunda fila” de favoritos, algo que o pode favorecer na luta pela camisola rosa.
Apesar de ainda não ter vencido nenhuma geral de uma corrida por etapas com as cores da UAE Emirates e de até ambicionar ‘estrear’ esse palmarés especial na Volta ao Algarve, o pensamento de João Almeida já está mais à frente, na grande ‘meta’ da época.
“O objetivo é o Giro, e todas as outras corridas e preparação é sempre tendo em conta o Giro. Portanto, claro que está sempre na minha cabeça”, reconheceu, em entrevista à agência Lusa.
O ciclista de A-dos-Francos, de 24 anos, tem contas pendentes com a Volta a Itália, onde foi quarto em 2020, depois de andar 15 dias vestido de rosa, e abandonou no ano passado, quando seguia em quarto, por estar com covid-19, e não o esconde.
“Se não fosse o azar do ano passado, se calhar este ano já fazia o Tour. Decidi eu fazer o Giro mais uma vez, e desde que não haja azares, talvez para o ano esteja no Tour”, antecipou.
Almeida espera uma concorrência forte na próxima edição da ‘corsa rosa’, agendada entre 06 e 28 de maio e na qual estarão Remco Evenepoel, Primoz Roglic ou Geraint Thomas, mas diz-se preparado: “Acho que quanto melhor o nível, melhor para mim é. Se calhar, também parto um bocadinho da segunda fila, não de favorito. Pode-me favorecer”.
Ser ‘menos’ favorito, facilita, assume o português, embora “em termos de pressão, seja igual”.
“Em termos de tática, acho que nos favorece no sentido de não termos de tomar iniciativa. Podemos gerir melhor os nossos ciclistas. No fundo, salvaguarda a equipa e deixa-nos com mais energia caso seja necessário”, notou, elogiando um percurso “bastante duro”, com “muito contrarrelógio” e perspetivando “um excelente Giro”.
Até lá, o líder da UAE Emirates vai correr, além da ‘Algarvia’, que arranca hoje, o Tirreno-Adriático e a Volta à Catalunha, fazendo, depois, “um estágio em altitude” antes da Volta a Itália – na segunda parte da temporada, “em princípio”, estará na Volta à Polónia, no Mundial, “se calhar”, e na Vuelta.
O jovem de 24 anos admite que este ano vai ser decisivo para a sua consolidação como líder em grandes Voltas.
“Tenho vindo a evoluir de ano para ano. Acho que, se não fosse o covid, já tinha um pódio. Mas estamos aqui a trabalhar no duro para confirmar isso outra vez e fazer o melhor resultado possível”, disse, confessando que, mentalmente, foi “difícil” lidar com o desgosto de ter de abandonar o Giro devido à covid-19, depois de “tanta preparação, tantos sacrifícios”.
Almeida reconhece também não estar preocupado com a concorrência dentro da UAE Emirates, que, além de Tadej Pogacar, conta com Juan Ayuso, Adam Yates ou Jay Vine, entre outros.
“Nem por isso. Confio na minha forma, a equipa também acredita em mim. É bom para a equipa ter atletas com cada vez mais nível e líderes em maior quantidade. No fundo, ajudamo-nos uns aos outros. Depois, temos mais oportunidades de vencer e com mais corredores, o que abre mais e, taticamente, acaba por ser mais fácil”, concluiu.