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Verba das apostas permite mais atletas e infraestruturas nos desportos de inverno

por Lusa

O presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP) reconheceu hoje a importância das verbas provenientes das apostas desportivas no aumento de atletas, de clubes filiados e na criação de infraestruturas para o desenvolvimento das modalidades.

Pedro Flávio realçou ainda a criação de condições para que os desportistas portugueses tenham melhores resultados internacionais, devido à possibilidade de fazerem uma preparação mais adequada.

“Estamos a falar do aumento de atletas, estamos a falar do aumento de modalidades, estamos a falar da melhoria de resultados, porque os atletas têm mais hipóteses de treinar, de irem a mais estágios e a mais competições”, salientou Pedro Flávio, em declarações à agência Lusa, sem pormenorizar o valor em causa.

Com a tutela de 11 modalidades, 43 clubes na sua esfera e a criação de academias de formação de desportos praticados no gelo, na pista construída nas Penhas da Saúde, na Covilhã, utilizada para lazer, treino e competições, a FDIP recebeu, no ano passado, 1,243 milhões de euros (ME) de verbas provenientes das apostas desportivas ‘online’ e do Placard.

Em 2022, a FDIP foi a quinta entidade desportiva beneficiária das apostas desportivas com a verba mais elevada, numa lista liderada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que auferiu mais de 34 ME, segundo informação disponibilizada pela secretaria de Estado da Juventude e Desporto.

De acordo com a mesma fonte, nos últimos cinco anos foram transferidos para a FDIP 4,319 ME provenientes das apostas desportivas. Um montante apenas superado por FPF (146 ME) e Liga Portuguesa de Futebol Profissional (50 ME), ténis (21 ME), basquetebol (18 ME), muito por causa do ‘mercado’ de apostas feitas em hóquei no gelo, que praticamente não tem expressão em Portugal.

Pedro Flávio referiu que esse suporte financeiro permitiu à FDIP, dependente do contrato-programa com o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), passar a ter “uma base de trabalho diferente para poder fazer uma aposta forte nas modalidades e nas infraestruturas” e passar a ter “essa estabilidade para desenvolver” os desportos que tem sob a sua alçada.

“Sem este suporte seria impossível a federação conseguir gerir tantas modalidades. É fundamental haver aqui algum suporte financeiro, para que se consiga apostar na formação, apostar nas equipas principais”, vincou o responsável federativo.

O presidente da FDIP acentuou estarem a ser apoiados diretamente clubes para poderem promover as suas próprias iniciativas.

“Temos desenvolvido contratos-programa com os clubes, para apoiar programas de formação, atividades de formação e de participação em treinos e estágios dos clubes”, enfatizou Pedro Flávio.

O presidente da FDIP apontou não poderem, como acontece em outras modalidades, utilizar equipamentos públicos já existentes e mencionou a necessidade de construir as próprias infraestruturas, como aconteceu com a pista de gelo das Penhas da Saúde, onde treinam as academias de formação de patinagem e hóquei no gelo, para “lançar as bases”.

No horizonte está a construção, com recurso a receitas próprias, financiamento bancário e parcerias, na área metropolitana de Lisboa, de um pavilhão de gelo com dimensões olímpicas, para desenvolver as modalidades no gelo e acolher competições internacionais.

A FDIP passou da tutela do esqui alpino, do esqui de fundo, do esqui freestyle e do snowboard para acolher no seu universo também a patinagem de velocidade no gelo, o hóquei no gelo, a patinagem artística no gelo, o curling, o luge, o skeleton e o bobsleigh.

O presidente da federação lembra que, nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, Portugal esteve pela primeira vez em competição com três atletas em modalidades diferentes e a comitiva conseguiu os melhores resultados de sempre.

Segundo dados da secretaria de Estado da Juventude e Desporto, o apoio atribuído à FDIP no âmbito do contrato-programa com o IPDJ foi reduzido de 157 mil euros em 2021 para 72 mil euros no ano passado.
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