Portugal tem condições para conseguir duas medalhas de ouro e mais três pódios nos Mundiais de maratonas em canoagem, de quinta-feira a domingo na Croácia, considerou hoje o selecionador Rui Câncio.
Em Metkovic, Portugal vai apresentar-se com 10 canoístas, seis dos quais seniores, um sub-23 e três juniores: integra a comitiva o olímpico Fernando Pimenta, que vai tentar revalidar os títulos mundiais na ‘short race’, de 3,4 quilómetros, e no K2 da distância longa, 29,8 quilómetros juntamente com José Ramalho, sete vezes campeão da Europa, e em busca do primeiro ouro mundial na prova longa, em K1.
“O que se pode dizer de um supercampeão? No Mundial do ano passado, sem um único treino de maratonas, o Pimenta ganhou a ‘short race’ e o K2 com o José Ramalho. Agora trabalhou três semanas, mas a concorrência é mais forte do que nunca, com vários atletas de renome, do mais alto nível. Obviamente que é candidato às duas medalhas. Seria o terceiro título consecutivo com o Ramalho (K2), esperemos que assim aconteça”, desejou.
José Ramalho, 42 anos, é um dos mais experientes e bem-sucedidos maratonistas da história, contudo, num evento no qual tem sido fértil em azares e contratempos, o vila-condense nunca conseguiu o título mundial da prova longa em K1, algo que Rui Câncio espera ver concretizado em Metkovic.
“O Ramalho obviamente será sempre um dos candidatos ao título. O único que lhe falta na sua longa e extensa carreira de maratonista. Já tem o ouro na ‘short race’ e dois em K2 (ambos com Fernando Pimenta) mais uma mão cheia de medalhas em K1 na longa distância, mas falta-lhe apenas o ouro em K1 na distância longa. Acreditamos que cada ano é o seu. Não tenho dúvidas de que tudo fez para que seja este”, sublinhou.
Na lista de candidatos aos mais altos lugares do pódio também a júnior Maria Gomes, “uma agradável surpresa no campeonato da Europa”, no qual garantiu dois ouros em K1, tanto na distância curta como na longa.
“Teoricamente, a nível de países, não vai aparecer ninguém muito diferente do Europeu. A Hungria pode apresentar uma equipa distinta e temos de contar sempre com as sul-africanas e as argentinas, com boas equipas. Não tenho dúvidas de que cresceu mais do que qualquer atleta desde o Europeu. Vai estrear um modelo novo do Nelo (caiaque), um tónico acrescido para se superar e fazer mais uma vez excelentes provas”, vaticinou.
Referência ainda para o K2 dos juniores João Sousa e Francisco Batista, que chegam à Croácia como campeões da Europa.
“Ganharam numa competição muito atípica, com condições atmosféricas e de água super-agrestes e duríssimas, conseguindo dar uma lição de como remar nessas circunstâncias. A ver se serão capazes de resistir a ataques e táticas em condições normais. Mostraram grande nível no estágio e estão, evidentemente, motivadíssimos e vão dar tudo, lutar e honrar o título Europeu”, elogiou.
Nas canoas, Rui Lacerda é igualmente um nome a ter em conta na luta pelas medalhas em C1, depois dos “excelentes resultados” dos Europeus (vice-campeão da Europa em C1 e em C2, com Ricardo Coelho), sendo a única incógnita a “adaptação do seu corpo a mês e meio de treino com pausas por motivos profissionais e parentais”, ainda assim, com o selecionador a confiar que o canoísta se vai apresentar “ao mais alto nível”.