"Quero acreditar que a quarta maior potência do Padel é Portugal", Miguel Oliveira

por Inês Geraldo - RTP
Miguel Oliveira é um dos melhores jogadores de padel portugueses Inês Geraldo - RTP

Com 29 anos, Miguel Oliveira é um dos principais trunfos da seleção portuguesa de Padel que vai disputar a partir desta segunda-feira o campeonato europeu da modalidade em Cascais. O jogador português concedeu uma entrevista à RTP e revelou como se tornou uma referência no Padel português, o que espera para o futuro e as expectativas no Europeu.

Foi em 2011 que trocou o ténis pelo padel. Miguel Oliveira começou por disputar os primeiros torneios como brincadeira, mas no ano seguinte jogou o primeiro mundial, no México. A vontade de se tornar profissional no padel fê-lo mudar-se armas e bagagens para Bilbao, onde continuou a formar-se como jogador e fez-se treinador.

“Tive a possibilidade de ir para Bilbao, no Real Club Josaleta, e durante quatro estive lá a treinar, a jogar, a competir, a aprender e voltei este ano para cá, em julho, e tenho jogado padel profissional”, revelou Miguel Oliveira.

O jogador de 29 anos afirmou que achou importante a mudança para Espanha, por ser no país vizinho que se encontra o circuito mais competitivo do padel, considerando que sofreu uma grande evolução como jogador, treinador e pessoa e garantiu que praticamente todos os jogadores profissionais têm um segundo emprego.


Foto: Miguel Oliveira encontra-se no top 100 de jogadores de Padel - WorldPadelTour.com

“Cem por cento das pessoas que são profissionais têm como profissão dar aulas de padel. Recebem dinheiro por dar aulas e investem para as suas carreiras. À medida que se vai jogando melhor, consegue-se arranjar alguns patrocínios que fazem com recebas um pouco mais de dinheiro, podendo haver foco apenas no jogo. Eu estou a fazer um pouco essa transição. Ainda é difícil viver só do padel, como jogador”.
Crescimento rápido em Portugal
“Cada vez mais as pessoas jogam padel, conhecem padel, sabem o que é padel. Várias instituições têm dinamizado o padel de uma forma espetacular. A federação portuguesa de padel tem feito trabalho e tem promovido a modalidade de uma maneira incrível. Graças ao seu trabalho conseguiu-se trazer o Mundial no ano passado, este ano está cá o Europeu”, começou por explicar Miguel Oliveira sobre a evolução do Padel em Portugal.

O jogador explicou que o trabalho da federação e instituições ligadas ao padel têm trazido muito mais pessoas a praticar o desporto e conquistar lugar nas maiores competições do mundo.

Depois de no ano passado ter sido disputado o Mundial, onde Miguel Oliveira e Diogo Rocha se sagraram vice-campeões, o jogador nascido em Lisboa descreveu o segundo lugar na competição como o ponto mais alto do padel português.


Foto: Miguel Oliveira juntamente com o colega de equipa, Diogo Rocha

“Para mim foi claramente e para o Padel português foi um feito inédito. Para um grupo de jogadores que começou a jogar há pouco mais de sete anos, conseguir colocar uma dupla portuguesa na final foi, sem dúvida, um grande momento”.

Miguel Oliveira garantiu que se tratou de um momento inesquecível, especialmente quando a dupla vencer a meia-final. O jogador ressalvou o número de pessoas que o jogo da final teve e lamentou não ter conseguido vencer o título.

Em relação aos grandes rivais portugueses, Miguel Oliveira elegeu a Espanha e Argentina como as grandes seleções mundiais, colocando o Brasil no top três. “Quero acreditar que a quarta maior potência [do mundo] somos nós”.

Questionado sobre o que falta à equipa portuguesa para se intrometer no lugar cimeiro do padel mundial, Miguel Oliveira foi perentório: faltam muitos anos de trabalho para chegar ao nível dos melhores.

“Faltam muitos anos de experiência, faltam muitos anos de conhecimento, faltam muitos anos de competição. Mas daqui a dez, 15 anos porque não?”.
Expectativas para o Europeu
A partir desta segunda-feira vai começar mais um Campeonato Europeu de Padel. Miguel Oliveira diz que não há impossíveis para a equipa portuguesa, mas sabe que a Espanha vai ser o maior adversário à vontade de triunfar.


Foto: Miguel Oliveira faz parte da Seleção Portuguesa que se tornou vice-campeã mundial

“A realidade é que a Espanha é completamente favorita e muito melhor que qualquer outra seleção. Se conseguirmos chegar à final e jogarmos contra a Espanha, será uma grande vitória. Ganhar à Espanha neste momento é muito complicado”.

O jogador disse esperar ter um grande apoio do público português e falou sobre os grandes objetivos individuais.

“O meu objetivo a nível individual para o próximo ano passará por tentar dedicar-me exclusivamente como jogador e ser profissional. Para isso terei uma equipa a trabalhar para mim para tentar ter o maior rendimento possível. Em termos de resultados quero subir bastante no ranking e tentar chegar até ao top 50 seria uma boa meta. Na seleção quero ficar nas quatro melhores seleções do mundo e ser campeão nacional”, concluiu.
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