Quelimane já é Cidade Africana do Desporto e quer ser também capital da bicicleta

por Lusa
Foto de Andrew Gook - Unsplash

O município moçambicano de Quelimane assumiu este mês o título de primeira Cidade Africana do Desporto, mas o autarca Manuel de Araújo já pensa também no de “capital da bicicleta” no continente, prometendo construir mais ciclovias.

“Quelimane é a campeã e a capital da bicicleta em Moçambique. Mas nós queremos ser a capital da bicicleta em África”, afirma, em entrevista à Lusa, o reeleito autarca, que lidera o município capital da Zambézia desde 2012.

E, nesta estratégia, Quelimane foi mesmo uma das 10 cidades selecionadas entre 365 pela fundação Bloomberg Philanthopies, fundada pelo antigo mayor de Nova Iorque, Michael Bloomberg, para um apoio financeiro de 400 mil dólares para requalificação urbana.

“Este valor é para melhorarmos os passeios da nossa cidade. Queremos ser os campeões de África no chamado ‘walking and cycling’, ou seja, nos modos de mobilidade urbana que não usam combustíveis fósseis”, assume Araújo.

“No total vamos ter entre 8.000 a 10.000 metros [de ciclovia]. Nós também vamos usar os nossos fundos para melhorar, para crescer”, acrescenta.

O programa será lançado na conferência que a Bloomberg Philanthopies vai realizar em Quelimane nos dias 24 e 25 de janeiro: “Vai melhorar o trânsito e a mobilidade urbana na cidade de Quelimane, focalizando nos passeios e nas ciclovias”.

Especificamente, segundo Araújo, vai permitir construir cerca de 5.000 metros de ciclovias na cidade, além dos 3.000 metros atuais, que também vão ser requalificados, tal como os passeios.

“Mas um dos grandes ‘calcanhares de Aquiles’ de Quelimane neste momento são os passeios. As pessoas têm dificuldades em andar pelos passeios. Nós vamos, a partir do dia 25 de janeiro, utilizar então esses 400 mil dólares”, garante.

Além de Quelimane, também Lisboa integra o lote das dez cidades escolhidas por aquela fundação, com um apoio de 400 mil dólares (367 mil euros) , enquanto Fortaleza, no Brasil, primeira das classificadas, recebe um milhão de dólares (917 mil euros), sendo as restantes capitais de diferentes continentes.

“Quelimane é das poucas cidades que não é a capital e que não é uma grande cidade. Sentimo-nos bastante orgulhosos de termos sido selecionados”, confessa o autarca, de 53 anos.

Manuel de Araújo recebeu em 07 de dezembro, em Bruxelas, o título para Quelimane de Cidade Africana do Desporto 2024, pela Associação das Cidades Europeias do Desporto (ACES Europe)

Trata-se da primeira vez que a organização com sede em Bruxelas, que conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) e que gere estas candidaturas a nível global para promover e incentivar o desporto, atribui este título a uma cidade africana, no caso no centro de Moçambique, com cerca de 350 mil habitantes.

“Durante este ano todo, Quelimane vai ser a capital do desporto, não da cidade apenas, não da província apenas, não só do país, mas de toda a África. É uma responsabilidade”, diz.

Janeiro já foi dedicado em Quelimane exclusivamente ao atletismo e fevereiro será precisamente o mês do ciclismo, seguindo-se modalidades como basquetebol, futsal, boxe, entre outras, recebendo equipas e atletas de outros países, ao ritmo de uma em destaque todos os meses.

“Já temos elencado até dezembro uma série de atividades ininterruptas”, afirma o autarca, que quer ainda chamar a atenção para o desporto em Quelimane, este ano, nos países da África Austral e nos países lusófonos africanos.
PUB