O presidente da Federação de Ginástica de Portugal (FGP), Luís Arrais, considerou hoje que a ginástica acrobática deve integrar os Jogos Olímpicos, após os Campeonatos do Mundo decorridos em Guimarães, em que a seleção lusa arrecadou três medalhas.
“O nível destes Campeonatos do Mundo revelou uma qualidade fantástica. Isso leva-nos a pensar que esta disciplina tem também de entrar nos Jogos Olímpicos. A nossa participação foi fabulosa. Estamos a assistir a um ‘ano mágico’ da nossa ginástica”, disse à Lusa, ao fazer o balanço da competição decorrida entre quinta-feira e domingo.
Responsável luso por uma modalidade em que a ginástica artística, a rítmica e de trampolins são as disciplinas olímpicas, Luís Arrais enalteceu ainda a medalha de prata e as três de bronze alcançadas na competição mundial por grupos de idade em acrobática e os três títulos mundiais de juniores em aeróbica, alcançados na cidade italiana de Pesaro.
O presidente da FGP crê que os resultados são o fruto de se “trabalhar muito bem” no país, com “ginastas fantásticos”, “treinadores fantásticos”, dirigentes que “dão tudo pela modalidade” e associações de ginástica que “têm feito o seu trabalho”.
“Os nossos treinadores mostram, de facto, que têm muita qualidade. Não podemos ter campeões do mundo sem os melhores treinadores. Temos sempre objetivos altos, para ter a ginástica portuguesa no melhor nível, mas nem nos nossos ‘melhores sonhos’”, sublinhou.
O dirigente mostrou-se igualmente confiante em bons resultados nos Campeonatos do Mundo seniores de aeróbica, no próximo fim de semana, em Pesaro, e no Campeonato da Europa de ‘teamgym, entre 16 e 19 de outubro, em Baku, num ano marcado pelo quinto lugar de Gabriel Albuquerque em trampolim individual e pelo 20.º de Filipa Martins no ‘all around’ de ginástica artística em Paris2024.
Luís Arrais disse ainda que a 29.ª edição dos Campeonatos do Mundo de ginástica acrobática teve a “melhor organização de sempre”, após a escolha de Guimarães para substituir a cidade israelita de Holon, que ficou sem hipóteses de organizar o evento face à guerra em curso entre Israel e o movimento islâmico palestiniano Hamas.
“Antes de decidir se anulava o campeonato ou se o adiava, a Federação Internacional de Ginástica perguntou-nos se estávamos disponíveis para organizar o campeonato. Dissemos que sim. Concorremos com outras duas cidades por este evento. Tivemos seis meses para preparar o evento. A FIG já nos indicou que considera estes os Mundiais com a melhor organização de sempre”, ressalvou.