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Portugal defronta a campeã Suécia

por RTP
Reuters

Portugal defronta hoje a campeã europeia Suécia no Euro2024 de andebol, em Hamburgo, Alemanha, numa partida em que está em jogo o apuramento para as meias-finais e superar a melhor classificação de sempre (sexto).

A seleção portuguesa, que apenas perdeu com a tricampeã mundial Dinamarca (37-27), soma por vitórias os dois jogos realizados na ‘main round’, frente a Noruega (37-32) e Eslovénia (33-30), e, à entrada para a terceira jornada do Grupo II, está em igualdade com a Suécia.

Caso vença, resultado que também é a chave para a definição do torneio pré-olímpico rumo a Paris2024, Portugal passa a somar seis pontos, com uma jornada por disputar, e apenas é superado pela Dinamarca, ficando em vantagem sobre Suécia, Noruega e Eslovénia.

O jogo de hoje, que em caso de derrota dito o afastamento dos portugueses das meias-finais, tem o atrativo suplementar do previsível novo recorde de golos de um jogador português numa fase final, dado que Martim Costa igualou frente à Eslovénia os 38 alcançados por Carlos Resende em 2000, na Croácia.

O ponta Leonel Fernandes, em declarações à agência Lusa, reconheceu que a Suécia “é uma das melhores seleções do mundo” e “claramente favorita”, atendendo até “ao seu historial nestas competições”, mas Portugal pode surpreender.

“Sinto que estamos numa fase muito interessante, como equipa, como seleção, e temos o objetivo de entrar no jogo olhos nos olhos e obter a vitória”, afirmou Leonel Fernandes, de 25 anos, um dos indiscutíveis do treinador Paulo Jorge Pereira.

Leonel Fernandes destacou a “coesão defensiva” como a chave do sucesso da seleção nacional, o que acabou por ser uma “surpresa positiva”, atendendo à falta de alguns jogadores nessas funções específicas, por lesão, como Vítor Iturriza e Daymaro Salina.

“Houve a necessidade de arranjar um novo plano que tem funcionado perfeitamente e que é ótimo. Os interesses coletivos estão a ser preenchidos. Uma das nossas grandes armas tem sido a defesa”, considerou o experiente ponta, do FC Porto.

O seu colega de seleção e de clube, o também experiente ponta António Areia, de 33 anos, considerou que todos sabem bem o que vale a Suécia, “tendo em conta a seleção que é e os resultados que tem tido, tanto em europeus como em mundiais”.

“Não é a primeira vez que vamos defrontar a Suécia. Já tivemos resultados positivos e menos positivos, portanto, não é uma surpresa para nós. Sabemos bem como eles jogam”, referiu António Areia.

O ponta, letal nos livres de sete metros, adiantou que mais importante da consciência do nível do adversário de domingo é Portugal estar consciente do seu nível e do que pode fazer para vencer a Suécia.

“Não seria a primeira vez e é com esse objetivo que vamos entrar amanhã [domingo]”, disse António Areia, reconhecendo que “a defesa coesa, bastante móvel e muito junta em todos os setores, tem sido a chave do sucesso da seleção”.

O ponta referiu que a seleção “tem jogadores em grande forma em termos defensivos”, processo que tem constituído uma das suas principais armas, e destacou o espírito de entreajuda entre todos, “e depois é aliar tudo ao ataque eficaz”.

“Nós temos um andebol muito fluido. O jogo está a sair-nos bem. Basicamente, é juntar as boas prestações defensivas, uma boa eficácia e um bom ritmo de jogo para poder ganhar”, referiu António Areia, cauteloso quanto ao sonho das meias-finais.

O internacional português admite que todos podem sonhar com o que quiserem, mas tem dúvidas de que se é esse o caminho certo.

“O nosso próximo sonho é ganhar à Suécia. É no que estamos focados. Depois, o que essa vitória nos pode trazer, nós sabemos, mas o principal objetivo é seguir o plano de jogo para ter um resultado positivo. Depois, pensaremos na sequência dessa vitória, mas para já é só no jogo”, disse.

Desde que o ex-internacional norueguês Glenn Solberg, de 51 anos, assumiu o cargo de selecionador da Suécia, em 2020, a consistência da equipa nórdica tem sido verdadeiramente espantosa e os resultados traduzem a sua qualidade.

Em 2021, garantiu a medalha de prata no Mundial, após a final perdida para a Dinamarca (26-24), e o quinto lugar nos Jogos Olímpicos Tóquio2020 (disputados em 2021 devido à Covid-19), que contou também com a presença em estreia de Portugal.

Em 2022, superou um jejum de 20 anos e sagrou-se campeã Europeia, destronando a bicampeã Espanha, com um triunfo na final por 27-26, e no Mundial de 2023 foi quarta classificada, após perder a medalha de bronze para a Espanha (39-36).

Esses resultados fizeram esquecer o desempenho dececionante no Euro2020, em que a Suécia – enquanto organizadora – ficou em sétimo lugar e, entre outros resultados, perdeu por 10 golos de diferença contra Portugal (sexto).

Em campeonatos da Europa, nenhuma seleção conquistou mais vezes o título do que a Suécia (1994, 1998, 2000, 2002 e 2022) – a França ergueu o troféu por três vezes (2006, 2010 e 2014) -, ao que soma ainda a prata em 2018.

Apenas a Espanha (nove medalhas) e a Dinamarca (sete) subiram ao pódio mais vezes do que a seleção nórdica (seis).

Até ao momento, no Euro2024, a Suécia venceu quatro jogos e perdeu um, com a tricampeã Dinamarca (28-27), tal como Portugal, que com os quatro triunfos igualou já o melhor registo, o de 2020, coroado com o histórico sexto lugar.

Pelo estatuto que adquiriu e pelo facto de se apresentar nesta edição, na Alemanha, como detentora do troféu, a Suécia é – naturalmente – uma das principais favoritas.
“Esta Suécia é um ‘velho conhecido’ da nossa seleção. Temos feito boas partidas contra a atual campeã europeia nos últimos anos e eles sentem que a nossa equipa tem armas fortes para lhes poder ganhar”, disse aos canais de comunicação da Federação de Andebol de Portugal (FAP), Paulo Jorge Pereira.

O técnico nacional considera que “a Suécia tem um dos melhores centrais do mundo [Jim Gottfridsson], que é a base de uma equipa, possui uma excelente defesa 6/0, não muito dinâmica, mas com elevado sentido posicional e muita competência nos duelos um contra um”.
“A qualidade técnica e eficácia considerável dos seus extremos também é uma característica perigosa, à qual teremos de dar uma boa resposta na nossa defesa”, reconheceu Paulo Jorge Pereira.

Portugal, que marca presença pela oitava vez na fase final de um Europeu, terceira seguida, qualificou-se pela terceira vez para o ‘main round’ (2002, 2020 e 2024), sendo que o melhor resultado é o sexto posto alcançado há quatro anos..

Nas edições com 24 seleções presentes (2020, 2022 e 2024), Portugal marca presença pela segunda vez na ‘main round’ (2020 e 2024), ao que soma mais uma, em 2002, quando a competição era disputada por 16 seleções, tendo terminado em nono.

Portugal, que vai acolher a competição em 2028, juntamente com a Espanha e a Suíça, depois de ter sido anfitrião da edição inaugural, em 1994, tem como melhor resultado o sexto lugar alcançado em 2020. Em 2022 terminou em 19.º.

(Com Lusa)
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