Paris2024: `Rei` Remco Evenepoel promove domínio belga no ciclismo de estrada

por Lusa

Remco Evenepoel e os amantes do ciclismo jamais esquecerão Paris2024, pois o belga fez história como o primeiro a juntar o ouro na prova de fundo ao do contrarrelógio, reforçando a hegemonia do seu país na estrada.

"Queria duas medalhas. Foram duas de ouro, melhor do que alguma vez poderia sonhar", disse Remco Evenepoel, que teve um furo a cerca de três quilómetros do fim, desesperou por uma nova bicicleta e acabou por, imponentemente, cruzar a meta em solitário e celebrar convenientemente.

Mal atravessou a linha de chegada, desmontou da bicicleta e, como o novo monarca do ciclismo olímpico, segurou-a e posou para a fotografia, num cenário idílico com a imponente Torrei Eiffel por trás.

"Foi ideia da minha mulher, tenho de agradecer-lhe por isso. Deu imagens fantásticas. Sinto-me um pouco como Michael Phelps", regozijou-se.

O ciclista de 24 anos cumpriu os longos 273 quilómetros na região de Paris, sem grandes dificuldades de montanha, em 06:19.34 horas, sendo acompanhado no pódio por dois homens da casa, Valentin Madouas, a 1.11 minutos, e Christophe Laporte, a 1.16.

Dias antes, no contrarrelógio, de 32,4 quilómetros, o belga tinha-se imposto em 36.12 minutos, deixando o italiano Filippo Ganna a 14 segundos, com a prata, e o compatriota Wout van Aert, a 25, levando o bronze.

O especialista português Nelson Oliveira repetiu o sétimo lugar no 'crono' do Rio2016, a 1.30 minutos, enquanto Rui Costa foi 25.º, a 2.47. Na prova de fundo, Nelson Oliveira foi 33.º e Rui Costa 46.º.

No ciclismo feminino, a norte-americana Kirsten Faulkner arrebatou o ouro, eternamente agradecida ao facto de, a 3,4 quilómetros da meta, quando, na companhia de Lotte Kopecky, se juntou a um duo da frente, atacou de imediato e nenhuma das três rivais reagiu, optando por se controlarem mutuamente ao invés de tentarem o ouro.

Faulkner, 31 anos e estreante em Jogos Olímpicos, cumpriu os 157,6 quilómetros com início e fim em Paris em 03:59.23 horas, sendo que o sprint pela prata e bronze, disputado por três, surgiu a já distantes e esclarecedores 58 segundos.

As duas favoritas ocuparam o restante pódio, nomeadamente a neerlandesa Marianne Vos a mostrar as suas aptidões neste tipo de final e a ficar com a prata, enquanto Kopecky, campeã do mundo, levou o bronze, escassos centímetros à frente da húngara Blaka Vas. Daniela Campos, a única portuguesa em prova, foi 41.ª, a 07.53 minutos

No contrarrelógio, a australiana Grace Brown, de 32 anos, e que se vai retirar da alta competição após Paris2024, impôs-se em 39.38,24 minutos, no que foi o melhor resultado da sua carreira, após ser vice-campeã do mundo em 2022 e 2023.

Grace superou a britânica Anna Henderson, vice-campeã da Europa em 2023, por 1.31 minutos, prata, enquanto a norte-americana Chloe Dygert, já com a prata no Rio2016 e o bronze em Tóquio2020, na perseguição por equipas, no ciclismo de pista, foi terceira, a 1.32, depois de se tornar uma das muitas ciclistas a cair perante a chuva traiçoeira.

No computo das quatro provas, a Bélgica destacou-se com dois ouros e outras tantas medalhas de bronze, os Estados Unidos tiveram um ouro e um bronze, e a Austrália um primeiro lugar.



Medalhas no ciclismo de estrada:



Contrarrelógio (masc):

OURO: Remco Evenepoel (BEL).

PRATA: Filippo Ganna (ITA).

BRONZE: Wout van Aert (BEL).



Prova de fundo (masc):

OURO: Remco Evenepoel (BEL).

PRATA: Valentin Madouas (FRA).

BRONZE: Christophe Laporte (FRA).



Contrarrelógio (fem):

OURO: Grace Brown (AUS).

PRATA: Anna Henderson (GB).

BRONZE: Chloe Dygert (EUA).



Prova de fundo (fem):

OURO: Kristen Faulkner (USA).

PRATA: Marianne Vos (PB).

BRONZE: Lotte Kopecky (BEL).
PUB