O Governo da Madeira quer tornar a região num destino de golfe e passou a dispor de um campo com um sistema rega pioneiro, no Santo da Serra, depois de um investimento de 2,5 milhões de euros, afirmou hoje o presidente do executivo madeirense.
“O que estava em equação era nós conseguirmos uma maior autossustentabilidade em termos hídricos do clube sem prejudicar os regantes e a água que é necessária para os nossos agricultores”, salientou o chefe do executivo madeirense.
O governante realçou que o projeto surgiu de uma sugestão da secretária regional do Ambiente da Madeira, Susana Prada, no sentido de criação de um sistema que aproveitasse as águas da chuva e a condensação dos nevoeiros (em altitude).
“Agora essa água é aproveitada e canalizada para as lagoas e permite uma muito maior autossustentabilidade do ponto de vista da rega do clube”, apontou Albuquerque.
O líder insular acrescentou que as inovações técnicas introduzidas vão além da criação das lagoas, passando também “por um sistema de rega ao milímetro, uma rede com quase quatro quilómetros”, o que permite que “o campo esteja em condições operacionais durante todo o ano, atraindo praticantes da modalidade e mais turismo”, além da poupança de recursos.
“Implica que se poupe água que é canalizada para os regantes e quando há picos de excesso a agua é aproveitada para fortalece a rede de rega dos agricultores”, realçou.
Segundo Miguel Albuquerque, “neste momento, este é um sistema pioneiro a nível nacional” que vai contribuir para “acabar com o drama à portuguesa, que o golfe vai acabar com água”.
Complementou que vai ser também uma mais-valia em termos de proteção civil, porque em caso de catástrofe, o helicóptero pode abastecer na lagoa para o combate a incêndios.
As obras de requalificação do campo de golfe foram adjudicadas no ano de 2020, mas só tiveram início em janeiro 2021, representando um custo total de 2,5 milhões de euros, refere a nota distribuída pela presidência do Governo da Madeira.
Ainda, com o apoio da Aguas e Resíduos da Madeira (ARM) “foi instalado um sistema para a captação de água da chuva em altitude através das lagoas existentes, e um novo reservatório de água”.
Foi projetada a ampliação significativa de uma lagoa com capacidade de armazenamento e interligação através de condutas às outras lagoas, ao novo sistema de rega, bem como ao novo reservatório de água, é explicado no documento.
O Campo de Golfe do Santo da Serra tem agora capacidade de reserva de 40 mil metros cúbicos de água, graças às suas quatro lagoas e dois reservatórios e o novo sistema de rega reduziu em dois terços o consumo de água, vinca.
“A ideia do Governo Regional é ter bons campos de golfe, geridos por pessoas que saibam o que estão a fazer, poupando dinheiro aos contribuintes”, enfatizou Miguel Albuquerque.
O governante insistiu que “o papel da Madeira é continuar a criar uma grande atratividade de golfe”, apostando nas quatro estruturas implementadas para apresentar uma “oferta diversificada” de atividades, tendo em conta o número de praticantes da modalidade existentes na Europa.