O ciclista holandês Dylan Groenewegen (Jumbo-Visma) teve de receber proteção policial após receber ameaças de morte a si e ao filho recém-nascido, revelou o corredor, devido ao acidente com o compatriota Fabio Jakobsen (Deceuninck-QuickStep).
Ainda suspenso pela União Ciclista Internacional, que lhe aplicou uma sanção de nove meses, até maio de 2021, a mais longa aplicada a um corredor sem ser por doping, o "sprinter" holandês deu uma entrevista à revista Helden em que falou dos meses desde o acidente com Jakobsen, que ficou em estado grave após o choque, em agosto de 2020.
"Recebíamos cartas (com ameaças de morte) escritas à mão. Uma delas trazia uma forca, e dizia que com ela podíamos enforcar o nosso filho depois de a ler. Ficámos aterrorizados", contou.
O ciclista, que planeia voltar em maio na Volta à Hungria, revelou ainda o sentimento de paranoia quer em casa quer na rua, porque "começam a surgir coisas que não estão realmente lá", desde o alarme disparar em casa por esquecimento ou manobras arriscadas no trânsito.
Jakobsen, companheiro do português João Almeida da Deceuninck-QuickStep, sofreu uma queda grave na primeira etapa da Volta à Polónia, em 5 de agosto de 2020 quando Groenewegen o atirou contra as barreiras num "sprint" a 80 km/hora.
Perdeu todos os dentes, à exceção de um, e teve de levar 130 pontos na face, chegou a estar em coma induzido pelos médicos e só em novembro voltou aos treinos, num incidente muito polémico, que levou a críticas pelo comportamento que a UCI classificou como "inaceitável" de Groenewegen.
Por outro lado, outros criticaram a organização pela colocação das barreiras, a forma como colapsaram e a muito antecipada chegada em alta velocidade, considerada perigosa ainda antes do arranque da Volta à Polónia.