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COP reforça importância do aumento do financiamento público para o desporto

por Lusa
Sarah Meyssonnier - Reuters

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, reforçou hoje a importância do aumento do financiamento público para o desporto, de forma a poder recuperar a sustentabilidade e a competitividade do setor.

"A questão do financiamento público ao desporto é uma questão crítica e central do desenvolvimento desportivo. Não resolvendo este fator, todos os ganhos, do ponto de vista desportivo, ficam aquém daquilo que seria desejável", alertou o dirigente do COP.

Num painel denominado "Retoma e Recuperação", integrado no primeiro Congresso Nacional do Desporto, organizado pela Confederação do Desporto de Portugal (CDP) e realizado no Fórum Lisboa, José Manuel Constantino sublinhou que a solução passa por "acrescentar mais recursos financeiros ao orçamento de Estado para o desporto".

"O grande desafio que se coloca nesta retoma, e no momento em que se inicia uma nova governação, é se vamos entender que não é possível encontrar uma solução de desenvolvimento desportivo para Portugal se continuarmos a viver com mecanismos de financiamento que ficam aquém do desejável", afirmou José Manuel Constantino.

Como tal, o Governo "tem de dar um sinal de esperança e responder às necessidades", bem como ter consciência de que "são necessários mais meios, recursos e capacidades para responder de forma mais incisiva e competente no futuro", de forma a "manter a linha da generalidade dos países europeus", expondo alguns exemplos internacionais.

"Interrogo-me porque temos dificuldades em assumir este problema, quando todos os estudos internacionais dizem que há défice na competitividade do desporto nacional. O dinheiro não é tudo, é verdade, mas ajuda muito", atirou José Manuel Constantino.

Frisando a "perda significativa de praticantes desportivos e a quebra significativa das receitas resultantes da paragem das atividades desportivas", o dirigente destacou as falhas nas políticas públicas, que "não sustiveram os efeitos negativos" da pandemia.

"As medidas de apoio ao setor foram tardias e algumas com um grau de complexidade que não permitiram a utilidade. Houve recursos e dinheiro, mas não houve capacidade de aplicar esses recursos. O grau de complexidade era tão grande, que acabaram por não ser aproveitados e não houve candidaturas para esses fundos", disse Constantino.

O líder do COP realçou que não se queixa dos recursos financeiros que a organização a que preside dispõe, nem está a pedir mais dinheiro para a mesma, mas sim "para o desporto", englobando os mais diversos clubes, federações e associações em Portugal.

"O valor que o desporto acrescenta à economia do país está muito para além daquilo que é o retorno para as organizações que produzem estes bens e serviços", finalizou.

O primeiro painel do congresso contou também com a participação do presidente da CDP, Carlos Paula Cardoso, e com o secretário-geral do Comité Paralímpico Português (CPP), Carlos Lopes, num certame que se prolonga durante a tarde de hoje e sábado.

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