Thomas Bach aconselhou esta segunda-feira o seu sucessor na presidência do Comité Olímpico Internacional (COI) a manter a neutralidade política, de modo a evitar que o movimento olímpico seja convertido num “instrumento” de divisão mundial e “destroçado”.
O presidente do COI falava em conferência de imprensa, depois da reunião da Comissão Executiva, em Costa Navarino, na Grécia, onde entre terça e sexta-feira decorre a 144.ª Sessão do organismo, na qual vai ser eleito o sucessor do alemão.
“Para manter essa união, temos de seguir dois princípios: um é a solidariedade. Todos os membros, em particular todos os 206 comités olímpicos nacionais, têm de ser tratados da mesma maneira, ter igual acesso aos benefícios do movimento olímpico e a oportunidade de desenvolver-se e tentar atenuar as diferenças entre privilegiados e não privilegiados”, defendeu.
Em suma, segundo Thomas Bach, todos os comités olímpicos nacional “têm que ter não apenas uma voz, mas um voto”.
“O segundo princípio é a neutralidade política, porque, particularmente na situação geopolítica que estamos a viver, com uma nova ordem mundial a nascer, podemos ver tentativas destes blocos emergentes ou dos protagonistas neste mundo multipolar de arrastar o movimento olímpico para o seu lado, dada a relevância que atingimos”, alertou.
O dirigente teme que se o movimento olímpico assumir “uma posição favorável” a um destes “poderes emergentes”, possa acabar “destroçado”.
“Seria apenas mais um instrumento para dividir ainda mais este mundo”, reforçou.
Finalmente, o campeão olímpico de esgrima em Montreal1976 reconheceu não conseguir dizer se foi mais difícil organizar os Jogos Olímpicos Tóquio2020 – adiados em um ano devido à covid-19 – no meio de uma pandemia ou conseguir ter todos os comités olímpicos nacionais em Paris2024 sem qualquer boicote.