Abel Chelangat devolve Uganda às vitórias na Maratona do Porto seis anos depois

por Lusa
Lusa

O atleta Abel Chelangat tornou-se hoje o segundo ugandês a dominar a Maratona do Porto, ao repetir o êxito de Robert Chemonges em 2018, enquanto Naom Jebet devolveu o Quénia aos triunfos na vertente feminina sete anos depois.

Na celebração do 20.º aniversário de uma das mais participadas maratonas portuguesas, Chelangat destacou-se da concorrência na parte final do trajeto de 42,195 quilómetros e alcançou isolado a meta instalada no Queimódromo ao fim de 2:10.01 horas.

Ao relegar Gideon Kiprop Rotich e Patrick Ketter Kiplagat para os restantes lugares do pódio, a 1.00 e 1.06 minutos, respetivamente, o ugandês resistiu ao contingente alargado de corredores do Quénia, país de 15 dos 19 vencedores anteriores do evento.

Abel Chelangat sucedeu ao queniano Emmanuel Kemboi, vencedor em 2023, com 2:14.13, mas não conseguiu concretizar o desejo da organização em renovar o recorde absoluto da prova, de 2:08.58, estabelecido há três anos pelo queniano Zablon Chumba.

Chelangat vai receber prémios de 5.000 euros pela vitória e de 1.500 pelo tempo inferior a 2:11 horas, numa manhã em que os três atletas lusos mais rápidos fecharam o top-10 da classificação geral e perfizeram o pódio do Campeonato de Portugal de maratona, prova anual tutelada pela Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) e inserida no evento portuense.

Nuno Lopes (3 Santos Populares) conquistou um inédito título em 2:20.29 horas, tendo chegado antes de Carlos Costa (Vizela Corre), com 2:21.24, e João Fernandes (Areias de São João), com 2:22.07, para suceder a José Sousa, vencedor das últimas duas edições.

Entre as mulheres, a queniana Naom Jebet correu quase sempre isolada das adversárias e festejou em 2:30.00 horas, o 17.º melhor tempo da geral, à frente da compatriota Peniah Jerop, segunda classificada do setor feminino, a 10.08 minutos, e da sueca Malin Starfelt, terceira, a 12.

Jebet quebrou uma série de quatro triunfos da Etiópia, intercalados pelo êxito de Vanessa Carvalho em 2022 - beneficiou da desclassificação da queniana Alice Jepkemboi Kimutai, por controlo antidoping positivo -, levando a sua nação ao lugar mais alto do pódio pela primeira vez desde 2017, quando Monica Jepkoech tinha fixado o recorde feminino da prova em 2:26.58 horas.

O Quénia passou a totalizar sete triunfos, contra oito da Etiópia e cinco de Portugal, cuja melhor representante foi Laura Grilo (Praças da Armada), ao terminar na 104.ª posição da geral, e quinta entre as mulheres, para suceder a Célia Barbosa como campeã nacional.

Grilo gastou 2:54.08 horas e melhorou as 2:57.04 cronometradas em 06 de outubro na Maratona de Lisboa, em que também tinha sido a atleta nacional mais rápida, deixando para trás Patrícia Carreira (Espite), com 3:01.12, e Elisabete Nunes (Salgueiros), com 3:14.09,

Organizada desde 2004 pela Runporto, sob chancela da World Athletics, a Maratona do Porto celebrou o 20.º aniversário com o regresso ao trajeto de 2022, que substitui a passagem de Vila Nova de Gaia por Leça da Palmeira, abdicando da habitual travessia sobre o rio Douro através da Ponte D. Luís I, devido às obras de construção da Ponte D. Antónia Ferreira.

A competição arrancou junto ao Sea Life, na via do Castelo do Queijo, em paralelo com uma corrida solidária de 10.000 metros - na qual venceram Nuno Pereira (31.01 minutos), nos homens, e Rafaela Fonseca (35.51), nas mulheres - e uma caminhada de seis quilómetros, sem fins competitivos ou limite etário.

As três provas juntaram mais de 12.000 inscritos, de 84 nacionalidades, dos quais quase 7.000 competiram na distância olímpica, deixando satisfeito o diretor-geral da Runporto.

“Não tem nada a ver olhar para isto e recordar o que era há 20 anos. Vemos os atletas a chegarem à meta com aquele ar de cansados, mas felizes. Isso é sinónimo de que este evento se tornou adulto”, traçou Jorge Teixeira, em declarações à agência Lusa.
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