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PS quer conhecer proposta de Orçamento do Estado antes de decidir sentido de voto

por RTP
José Sena Goulão - Lusa

A um dia da entrega da proposta do Orçamento do Estado no Parlamento pelo Governo, o líder socialista, Pedro Nuno Santos, confirmou ao seu grupo parlamentar que não houve acordo com o Executivo de Luís Montenegro. Ainda assim, a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, vincou que o sentido de voto do partido não está fechado, já que falta ainda conhecer o documento final.

Os deputados socialistas estiveram cinco horas numa reunião que terminou já de madrugada. Pedro Nuno Santos terá começado por transmitir ao seu grupo que não houve acordo com o Governo sobre a proposta de Orçamento de Estado.

O secretário-geral do PS disse estar na reunião para ouvir os deputados sobre a posição que o partido tomará sobre o documento, cuja avaliação terá ainda que ser feita, uma vez que a proposta final do Governo ainda não é conhecida.

No final do encontro, Pedro Nuno Santos não prestou declarações, mas Alexandra Leitão adiantou aos jornalistas que o sentido de voto no Orçamento não está fechado e que depende da proposta, garantindo que a bancada está unida quanto à decisão que o secretário-geral vier a tomar.
"O Partido Socialista ainda não tomou, o secretário-geral ainda não tomou uma decisão quanto ao sentido de voto. Quando tomar ela será, em primeiro lugar, anunciada na Comissão Política Nacional", respondeu a líder parlamentar, enfatizando que "não está fechada a decisão quanto ao sentido de voto" do PS.

“O senhor primeiro-ministro fechou o Orçamento, vai entregá-lo assim. Então agora temos mesmo que o ver antes de tomar uma decisão sobre o sentido do voto”, afirmou, adiantando que desde sexta-feira “houve conversas” entre o Governo e o PS, “mas não chegaram a um acordo”.
Divisão interna
Alexandra Leitão clarificou que o partido vai esperar pela proposta orçamental que o Governo tem que entregar no Parlamento até quinta-feira.

A dirigente socialista sublinhou que, apesar das duas linhas vermelhas que o PS traçou, o Orçamento é composto por "centenas de medidas" que os socialistas têm que analisar e "muitas delas não vão ao encontro daquilo que são as políticas públicas e o programa eleitoral do Partido Socialista".

Na reunião da última noite, a bancada parlamentar do PS esteve dividida entre os que defendem uma viabilização do orçamento e o núcleo duro de Pedro Nuno Santos, que quer o chumbo do documento. Alexandra Leitão afirmou que essas divisões são naturais e fazem parte do processo.

"É um partido muito plural", declarou. "Sobretudo confluiu numa grande confiança na decisão que o secretário-geral venha a tomar, independentemente de uns acharem mais uma coisa ou outra, uma grande confiança na decisão do secretário-geral, uma grande união em torno daquela que vier a ser a decisão do secretário-geral", assegurou.

Montenegro acredita na aprovação
Em entrevista à SIC na mesma noite, o primeiro-ministro afirmou que a proposta de Orçamento do Estado para 2025 "está fechada" e que a versão final será aprovada esta quarta-feira, com um entendimento com o PS sobre o IRS jovem, mas não no IRC.

"Não posso anunciar que há um acordo ou desacordo, compete ao PS apresentar a sua decisão", afirmou Luís Montenegro, manifestando a convicção de que o Orçamento do Estado será viabilizado, apesar de não ter essa garantia por parte do PS, e afastando qualquer negociação do Chega, dizendo que se comportou "como um cata-vento".

O primeiro-ministro considerou ainda que o documento não fica diminuído "com as cedências ao PS" e admitiu até que a solução final obtida para o IRS jovem "é mais equilibrada" do que a inicial. "Não me custa nada reconhecer", afirmou.

c/ Lusa
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